Thalia Varela
Thalia Varela

30/05/2025, 17h


Com equipes reduzidas e mulheres internadas por todos os cantos, essa é a realidade vivenciada por profissionais e pacientes nesta sexta-feira (30), na Maternidade Monsenhor Antônio Barros, em São José de Mipibu, na região metropolitana de Natal. Segundo informações apuradas pela direção do Sindsaúde/RN, a superlotação vem sendo registrada desde os últimos dias, mas se agravou nesta última quinta-feira (29), quando uma paciente grávida que estava internada em uma poltrona, entrou em trabalho de parto, mas não existiam leitos com camas disponíveis para acomodá-la. 

Ainda de acordo com as informações obtidas pelo sindicato, a unidade registrou parturientes internadas em cadeiras reclináveis no Pronto-Socorro Obstétrico (PSO), e mulheres em pós-operatório que estavam internadas em macas que originalmente são usadas nos exames de cardiotocografia. Também foi visto pelo sindicato outras duas pacientes pós-cesarianas que estavam internadas no Centro Cirúrgico, por falta de vagas nas enfermarias. A superlotação da unidade desencadeou até a escassez de berços para os recém-nascidos, e muitas mães estão internadas na sala de pré-parto, tendo que segurar seus bebês no colo ou pedir suporte aos seus acompanhantes. 

Tudo isso em meio a falta de profissionais e a sobrecarga de trabalho. Até o início da tarde desta sexta-feira (30), a unidade funcionava com apenas 4 técnicos de enfermagem para atender as demandas do alojamento 1 e 2. Com a divisão e o alto fluxo de pacientes no local, cada profissional está sendo obrigado a acompanhar e prestar cuidados a 8 pacientes de uma só vez, entre mulheres grávidas, parturientes e crianças recém-nascidas. Também foi informado que a sala de parto está funcionando com apenas 2 técnicos de enfermagem para atender puérperas, bebês e parturientes. 

Para nós do Sindsaúde/RN, a situação que está acontecendo na Maternidade de São José de Mipibu é absurda e precisa, urgentemente, da atenção da Governadora Fátima Bezerra e da SESAP.  É inadmissível permitir que mulheres grávidas, prestes a parir, sejam obrigadas a ficar internadas durante horas em cadeiras desconfortáveis ou se quer, tenham acesso a um berço para acomodar seus filhos.  Também não podemos fechar os olhos para a sobrecarga de trabalho vivenciada na maternidade, pois com a falta de mão de obra, os profissionais precisam se desdobrar, cada vez mais, para atender inúmeros pacientes ao mesmo tempo. Até quando Governadora? Respeite a vida e a saúde dos potiguares!