Fernanda Soares
Fernanda Soares

17/03/2012, 17h


Os servidores estaduais da saúde se reuniram em assembleia na manhã desta sexta-feira, 16 de março, para votar o indicativo de greve da categoria. A previsão é de que o movimento paredista comece no dia 2 de abril. Caso até lá haja negociação, a data poderá ser alterada. Um audiência com o secretário de administração está marcada para a segunda-feira, dia 19 de março, as 10h30. A pauta de reivindicações consta de: - 14,92% de reajuste no salário-base, que será extensivo a jornada especial, ADTS e insalubridade (referente a inflação até 31 de janeiro de 2012 pelo Índice do Custo de Vida (ICV) medido pelo Dieese). - incorporação da jornada especial e da GAE. - implantação da tabela de incentivo à qualificação, derrubada quando o Plano foi implantado em 2006. Fazer Lei Complementar Aditiva ao PCCR da saúde. Já é lei no PCCR administrativo e no PCCR da Emater. A tabela incide no salário base. - Eleições diretas para direção e chefias das unidades. - Abastecimento regular das unidades de saúde. - Data-base em 1º de maio ou outro mês (luta conjunta com outros sindicatos da base do funcionalismo estadual) - Revisão da lei da produtividade: 1) criar uma comissão paritária entre servidores e Sesap para modificar a lei da produtividade reduzindo as diferenças de pontuação e valores entre unidades de Saúde e categorias profissionais (por exemplo, médicos obstetras, área cirúrgica e os profissionais de saúde de outras áreas) 2) estender para os servidores do HR de Currais Novos. - Adicional de insalubridade 1) pagamento imediato dos processos já liberados; 2) retorno do adicional de insalubridade para os que perderam e para os que nunca ganharam. - Convocação de concursados. - Não a municipalização dos hospitais regionais. - Retirada da clínica privada de hemodiálise do Hospital Regional do Seridó. - Estadualização do HR Aluísio Bezerra, em Santa Cruz. - luta pela não terceirização do hospital materno-infantil de Mossoró. - luta pela finalização das reformas do Santa Catarina e do Rafael Fernandes. A maior parte das discussões girou em torno de inserir na pauta o aumento das gratificações antes de pedir sua incorporação. O argumento que ganhou foi de que diferente do que estava sendo exposto por quem defendia o aumento, não houve aumento da GDACC para os médicos antes da incorporação da mesma. Para os médicos houve a incorporação da que estava congelada desde 2007 e assim congelada foi incorporada. Não houve reposição de inflação, nem aumento real. A informação dada por algumas pessoas na assembleia passada não é verdadeira. Além disso, a incorporação não atingiu a todos. Os médicos dos centros de referência, ambulatórios, municipalizados e os aposentados ficaram de fora. É importante avaliar que já estamos com uma demanda de negociação econômica em aberto e não deveríamos dificultar as coisas ainda mais. A incorporação deve ser uma prioridade neste momento. Nossa campanha é por salário, mas também por melhores condições de trabalho. O Hospital Santa Catarina, por exemplo, enfrenta a falta de luvas, álcool, sabão e hipoclorito, materiais essenciais para o bom funcionamento de uma unidade de saúde. Em Mossoró a luta é contra a terceirização do hospital da mulher inaugurado no dia 9 de março pela governadora Rosalba Ciarlini. Apesar de ter sido construído com o dinheiro público, sua administração foi terceirizada e colocada nas mãos de uma empresa privada. Além disso, estamos escutando fortes rumores de que o governo pretende fazer o mesmo com o Walfredo Gurgel. O maior hospital do estado, referência em urgência e emergência, poderá ser administrado por uma empresa privada que só visa o lucro. Sindsaúde, Sinmed e Soern já solicitaram uma audiência com o secretário de saúde e concedem uma coletiva à imprensa na segunda-feira, 19 de março.