Fernanda Soares
Fernanda Soares

17/07/2024, 10h


Neste mês de julho, os profissionais da saúde do Rio Grande do Norte tiveram destaque na mídia nacional por duas vezes. O primeiro caso ocorreu logo no primeiro dia do mês quando um voo da Air Europa, que ia da Espanha para o Uruguai e passou por uma turbulência severa, realizou um pouso de emergência no Aeroporto de Natal e as mais de 30 vítimas tiveram atendimento garantido pelo SAMU/RN e Hospitais: Monsenhor Walfredo Gurgel, referência para acidentes e traumas no estado, Deoclécio Marques de Lucena, Dr. José Pedro Bezerra (Santa Catarina) e hospital de São Gonçalo do Amarante.
 
Jornais como o americano The New York Times, a TV britânica BBC, o espanhol El País, e até o indiano The Indian News, publicaram reportagem a respeito do acidente. Cerca de duas semanas depois, no último domingo (14), o Fantástico exibiu uma reportagem documentando a alta de Paloma Rayssa Galdino do Hospital Walfredo Gurgel, um ano após ser vítima da explosão do seu carro enquanto abastecia em um posto de gasolina na Grande Natal. Paloma sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus, nos braços, pernas, tronco e rosto e  foi quatro vezes para a UTI, sendo que, em uma delas, permaneceu por mais de três meses. Fez, ao todo, 19 transfusões de sangue e 170 procedimentos com anestesia para tratar as áreas queimadas, pois em casos assim, quando a pele é muito danificada, o corpo perde a barreira que a protege contra bactérias. Além de Paloma, sua mãe e vizinha também sofreram queimaduras gravíssimas. 
 
Em ambos os casos impactantes, a atuação, agilidade e cuidado dos profissionais que compõem o SUS foram evidenciados. Como sempre destacamos, na pandemia de Covid-19, segundo dados do COFEN e outras instituições que têm acompanhado o impacto da pandemia sobre os profissionais de saúde no país, até 2022 mais de 4.500 profissionais de saúde vinculados ao SUS no Brasil morreram desde o início da pandemia. Ou seja, os profissionais da saúde dedicam suas vidas inteiras e arriscam-se diariamente para assegurar o atendimento à população, mesmo enfrentando sobrecarga, salários baixos e falta de insumos. Embora maioria seja, de fato, movida pelo amor à profissão, eles precisam ser valorizados pelos governos não apenas com propagandas e agradecimentos somente em casos de grande repercussão como a pandemia de COVID-19, esse acidente aéreo ou o atendimento intensivo a uma sobrevivente, mas também todos os dias, onde realizam verdadeiros milagres que nem sempre são televisionados.