Fernanda Soares
Fernanda Soares

17/02/2017, 14h


A Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Rio Grande do Norte (FETARN), os Sindicatos de Trabalhadores Rurais no Estado e a Frente Potiguar em Defesa da Previdência estão articulando um ato unificado para a próxima segunda-feira (20), contra a Reforma da Previdência em tramitação no Congresso Nacional, através da PEC  nº 287/2016.

O protesto terá a participação significativa de diversas entidades, movimentos e sindicatos e está previsto a vinda de caravanas de todo o estado do RN. A concentração do ato será na Praça 7 de setembro (em frente à Assembleia Legislativa), às 09h. Se somando ao protesto, está previsto uma audiência pública para debater a reforma da Previdência, na Assembleia Legislativa.

Entre as principais medidas da reforma da Previdência é o aumento da idade mínima para 65 anos, igualando homens e mulheres. Com essa proposta dificilmente os trabalhadores irão se aposentar ou se conseguirem, se aposentarão na beira de problemas sérios de saúde que os deixarão incapacitados de ter uma vida plena até a sua morte. Para as mulheres que enfrentam a dupla jornada, as vezes até tripla ficou ainda mais difícil de se aposentar.

Além disso, para usufruir da aposentadoria integral, o governo aumenta também o tempo de contribuição para 49 anos. Com 25 anos de contribuição, a aposentadoria dará direito a um benefício equivalente a 76% do salário. Essa proporção vai crescendo gradativamente até atingir 100% com 49 anos de contribuição.

A reforma da Previdência ainda acaba com a aposentadoria integral dos servidores públicos e dos trabalhadores rurais e desvincula as pensões por morte do salário mínimo. Ele passa a ser o equivalente a 50% do valor de aposentadoria, mais 10% por dependente. 

Os agricultores começam a trabalhar com as suas famílias aos dez anos, na chuva ou no sol e com uma expectativa de idade  de setenta anos, onde muitas vezes não consegue alcançar. Para as mulheres do campo é ainda pior, em face da dupla jornada de trabalho, na agricultura, com as tarefas domésticas intermináveis, na educação dos filhos e também sofrem com a precarização da saúde, que muitas vezes é determinante para qualidade de vida.

Não podemos aceitar a reforma da Previdência. Isso é um crime à classe trabalhadora que dá seu suor e mão de obra pra no fim não poder usufruir da aposentadoria. Enquanto isso, o governo Temer desvia o dinheiro da previdência para enriquecer ainda mais os bancos e beneficiar os planos privados de aposentadoria. 

Vamos impedir a reforma da Previdência (PEC 287) e pra isso, a única saída é a rua, é uma greve geral para barrar esses ataques, não só a reforma da previdência, mas também a trabalhista que retira direitos históricos dos trabalhadores. Participe da audiência e ato públicos em Natal. Vamos mobilizar o país contra esse ataque aos nossos direitos.