Fernanda Soares
Fernanda Soares

30/04/2012, 18h


A promotora da saúde pública, Iara Pinheiro, esteve na tarde desta segunda-feira (30/04) no Hospital Walfredo Gurgel fazendo uma visita à unidade. Segundo ela, essa é uma visita de rotina, mas com o pedido do Sindsaúde, diretores do sindicato puderam acompanhá-la e expor os principais problemas enfrentados pelos profissionais. Além deles também estiveram presentes representantes do Coren e do Conselho Estadual de Saúde. Durante a visita a promotora aproveitou pra cobrar dos presentes que façam pressão sobre políticos e sobre o judiciário, pois segundo ela, ela estaria fazendo sua parte. A promotora disse que o que vê pelo Walfredo não muda muito de uma visita pra outra e entende que a situação na capital é esta devido a falta de funcionalidade dos hospitais regionais. O diretor do Sindsaúde, Marcelo Melo, levou a promotora nos três setores considerados críticos pelos funcionários. O politrauma, a UTI e o Centro de Tratamento de Queimados. No politrauma as pessoas são atendidas em qualquer local. No momento da visita dois atendimentos estavam sendo feitos. Um em uma maca a menos de 30 cm do chão e outro em uma cadeira de rodas, por falta de leitos. À espera de UTI tinham somente hoje nos corredores, 32 pessoas. De acordo com informações do setor de assistência social, de sexta à noite até o início da tarde desta segunda-feira haviam ocorrido 27 óbitos de pessoas em espera de UTI. Esse setor, além de ter várias pessoas aguardando leitos também enfrenta o problema de sobrecarga dos funcionários, uma vez que um paciente em tratamento intensivo precisa de cuidados especiais. No CTQ os condicionadores de ar estava quebrados. Foram concertados no momento da visita, bem como os elevadores. Paliativos que os funcionários dizem virem acontecendo há mais de um mês. De acordo com o diretor administrativo do Walfredo o problema é de falta de pagamento para a empresa responsável pela manutenção. Mas que o problema estaria sendo resolvido. Também foram retratados os quatro leitos de UTI cardiológica recém fechados devido à falta de funcionários para manter o atendimento. Outra cena que chocou todos que acompanhavam a visita foi o amontoado de lixo na lateral do hospital. Um parede de mais de três metros de altura de lixo comum deixava o odor do ambiente insuportável. Segundo informações da assessoria do Hospital, o contrato é feito diretamente pela Sesap e o pagamento estaria em atraso. De acordo com a empresa Limpe Express a limpeza seria feita na quarta-feira, mesmo que o pagamento não fosse regularizado. A inspeção feita pela promotora deverá virar um relatório já na próxima quarta-feira e será anexado aos processos de ações civis públicas referentes ao Hospital Walfredo Gurgel. Dentre elas as que tratam da retirada das macas nos corredores do hospital e do fechamento de leitos de UTI. Cada promotoria de saúde (são 3 ao todo) possui em média 30 processos correndo na Justiça referente à Saúde Pública do Estado. Paralelo a isso o Sindsaúde também irá elaborar um relatório narrando as principais dificuldades dos trabalhadores.