Fernanda Soares
Fernanda Soares

19/12/2022, 12h


Na noite do último sábado (17), uma servidora que trabalha na UPA da Cidade da Esperança foi agredida por uma acompanhante que a prendeu contra a porta, onde gerou lesão nos braços e ombros. Segundo relatos da trabalhadora, a agressão foi motivada porque a acompanhante não aceitou um tratamento alternativo de antibiótico para o paciente. Uma vez que não havia disponibilidade do tratamento com o antibiótico inicialmente prescrito na unidade.
 
“Estávamos explicando que não havia doses suficientes e ela queria iniciar o tratamento sem previsão de conclusão ou continuidade. Foi quando pedimos que ela se dirigisse a administração e então ela me mandou ir fazer as demais medicações, quando então eu expliquei que essa não era minha função. Quando tentei me retirar da sala ela me prendeu, contra a porta. Fiquei com metade do corpo para fora e outra metade do corpo para dentro. Quando percebi que seria esmagada, reagi e a pressionei de volta”, desabafa a enfermeira.
 
Após a agressão, a acompanhante tentou intimidar a servidora dizendo que era advogada e começou a filmar a mesma. Em um vídeo feito durante a discussão, na qual não iremos divulgar para preservar a vítima, a servidora chega a falar que não aceitará intimidação. “Eu trabalho no sistema único de saúde e não vou admitir ser intimidada e agredida no meu exercício ético de profissão”, denunciou. 
 
Depois do ocorrido, a trabalhadora passou mal e foi socorrida com pressão alta e enxaqueca. Segundo a vítima, ela desencadeou uma crise de ansiedade. Depois de ser socorrida, a servidora foi com um colega de trabalho até a delegacia e realizou um Boletim de Ocorrência e recebeu uma requisição de exame de lesão corporal. A agressora foi conduzida pela Guarda Municipal até a delegacia.
 
Infelizmente, não é a primeira vez que situações como essa ocorrem nas unidades de saúde de Natal. Esse caso é mais uma demonstração da insegurança e vulnerabilidade em que as trabalhadoras e trabalhadores da saúde estão submetidos. É necessário reforçar a segurança nas unidades de saúde para não colocar em risco a vida dos funcionários e da própria população. Para nós do Sindsaúde/RN, a gestão do município de Natal fecha os olhos para a insegurança e a violência urbana que adentram as unidades de saúde. Exigimos fiscalização dos órgãos competentes do município de Natal.