Israel segue aprofundando o genocídio contra o povo palestino e nas últimas semanas avança com os planos para a “solução final” em Gaza, intensificando o uso da fome como arma de guerra, além de intensos bombardeios a hospitais, escolas e campo de refugiados.
No domingo (25), o exército israelense bombardeou uma escola transformada em abrigo na Cidade de Gaza, causando um incêndio e matando pelo menos 36 palestinos. Nas redes sociais, vídeos mostram imagens aterradoras, com crianças tentando escapar em meio às chamas. Pelo menos, 30 pessoas morreram, várias crianças. No final de semana, mais de 50 foram mortas.
Na sexta-feira (23), Gaza registrou outros 79 mortos, entre os quais nove filhos da médica pediatra Alaa al Najjaros, que se encontrava trabalhando no hospital quando os corpos chegaram. No ataque a sua casa, sobreviveram apenas o marido da médica e outro filho.
No total, a guerra genocida de Israel já assassinou 54 mil palestinos, a maioria mulheres e crianças. Mas os números são ainda maiores, pois milhares de pessoas ainda estão sob escombros. Mais de 120 mil foram feridas, segundo o Ministério de Saúde de Gaza.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou que os estoques de equipamentos médicos em Gaza estão acabando e que quase metade dos medicamentos básicos, como analgésicos, estão fora de estoque.
Israel segue também com o plano de controlar a distribuição de comida em Gaza, através de uma organização apoiada pelos EUA, o que também causou fortes críticas e denúncias. Nesta segunda, o próprio diretor da organização renunciou alegando preocupação com “falta de independência e imparcialidade”.
Rumores de novo acordo cessar-fogo
Segundo informou a tv Al Jazeera, o Hamas teria concordado com uma nova proposta de cessar-fogo feita pelos EUA. O rascunho do acordo incluiria um cessar-fogo de 60 dias e a libertação de 10 reféns vivos em troca de prisioneiros palestinos em duas etapas.
No entanto, segundo a Reuters, autoridades israelenses já teriam rejeitado a proposta.
Sanções a Israel e veto ao PL 5.636!
Em meio ao aprofundamento do genocídio e do plano de “solução final” que Israel buscar impor contra o povo palestino, a pressão para que os governos tomem medidas efetivas para pressionar o governo sionista é cada vez maior.
No Brasil, organizações de defesa do povo palestino e de direitos humanos cobram que o governo de Lula rompa relações militares, econômicas e diplomáticas com Israel. A Campanha BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) divulgou uma carta aberta a Lula.
“É indispensável que o Brasil se junte às demais nações que aplicaram sanções ao regime israelense, rompendo relações diplomáticas e comerciais com o estado sionista de Israel, através de embargo militar bilateral e embargo energético, e revogue o tratado de livre comércio em vigor, alinhando-se ao parecer de especialistas das Nações unidas que prevê que, para o cumprimento da decisão da CIJ, os Estados devem “cancelar ou suspender relações econômicas, acordos comerciais e relações acadêmicas com Israel” até que este cumpra as determinações para pôr fim ao genocídio, ocupação e apartheid e respeitar a autodeterminação do povo palestino”, diz trecho da carta (confira a íntegra abaixo).
Em outra iniciativa, organizações também cobram que o presidente vete o PL 5.636/2019, aprovado pelo Senado, que em meio ao atual genocídio criou o Dia da Amizade Brasil-Israel. A medida é considerada um “escárnio”. “Não existe a menor hipótese de amizade com um regime colonial supremacista que comete genocídio e apartheid”, afirmou em nota a Frente Palestina São Paulo.
O primeiro passo pra uma Palestina livre e soberana do Rio ao Mar se dá com "Israel" isolado internacionalmente.
Lula, vete o PL 5636/2019 e rompa todas as relações com esse governo genocida, já!
- CARTA ABERTA AO PRESIDENTE LULA SOBRE O GENOCÍDIO DO POVO PALESTINO E A NECESSIDADE DE SANÇÕES AO ESTADO DE ISRAEL
Excelentíssimo presidente Lula,
Uma vez mais, nos dirigimos ao senhor para tratar a situação do povo palestino sob o regime de ocupação e apartheid israelense e o genocídio em Gaza.
Seus pronunciamentos têm sido firmes e coerentes em solidariedade ao povo palestino, ao denunciar o genocídio e apresentar propostas para o cessar-fogo na Faixa de Gaza.
No entanto, nos últimos meses observamos a crescente violência imposta pelo estado sionista de Israel aos civis palestinos, a violação do frágil acordo de cessar-fogo, o bloqueio desumano e cruel que ameaça a vida de 2,3 milhões de pessoas em Gaza, em especial 14 mil bebês que se encontram em risco iminente de morte, o ataque a diplomatas de diferentes países, tendo Israel violado o direito internacional em todos os possíveis níveis.
Essa conduta gera nos terceiros Estados obrigações internacionais que vão além de gestos e propostas diplomáticas, como já decidido pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) em julho de 2024 e pela Assembleia Geral da ONU em 18 de setembro de 2024, em resolução que o Estado Brasileiro apoiou.
Israel viola abertamente deliberações emanadas da Corte Internacional de Justiça, colocando-se à margem do direito, além de desrespeitar o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral da ONU, sendo a aplicação de sanções de direito internacional o mecanismo adequado e essencial para endereçar a situação.
Sem embargo, o Brasil segue exportando petróleo e negociando compra e venda de equipamentos militares com o Estado israelense e suas empresas.
Estamos convencidos uma vez mais que é hora de nosso país dar o exemplo de cumprimento do direito internacional, especialmente no contexto de sua presidência do grupo de trabalho sobre Direito Internacional na conferência das Nações Unidas de junho próximo para a criação do Estado palestino e independente.
É indispensável que o Brasil se junte às demais nações que aplicaram sanções ao regime israelense, rompendo relações diplomáticas e comerciais com o estado sionista de Israel, através de embargo militar bilateral e embargo energético, e revogue o tratado de livre comércio em vigor, alinhando-se ao parecer de especialistas das Nações unidas que prevê que, para o cumprimento da decisão da CIJ, os Estados devem “cancelar ou suspender relações econômicas, acordos comerciais e relações acadêmicas com Israel” até que este cumpra as determinações para pôr fim ao genocídio, ocupação e apartheid e respeitar a autodeterminação do povo palestino.
Essas medidas, se adotadas por nosso país e sob uma liderança de sua envergadura, certamente serão exemplo a outros governos provocando uma onda necessária para que se encerre essa carnificina e para que os direitos inalienáveis do povo palestino sejam respeitados e garantidos em sua totalidade.