O Dia das Mães é uma data que nos convida à celebração do amor, do cuidado e da dedicação de tantas mulheres que exercem a maternidade com coragem e generosidade. É um momento para homenagear quem se doa todos os dias, muitas vezes em silêncio, para garantir o bem-estar e o futuro de seus filhos. Mas, ao lado da comemoração, é preciso lembrar também das muitas mães que enfrentam desafios imensos para conciliar o cuidado com a família e as exigências do trabalho.

Entre elas, destacam-se as trabalhadoras da saúde — mulheres que, mesmo sendo o alicerce de suas casas, estão na linha de frente nos hospitais e unidades de saúde, muitas vezes em plantões exaustivos, lidando com a dor alheia enquanto tentam administrar a própria. Para essas mães, a dupla jornada é uma realidade constante: são responsáveis por vidas no trabalho e também em casa. E muitas vezes, o tempo dedicado aos filhos é reduzido ou interrompido em nome do compromisso com a saúde coletiva.

A pandemia da Covid-19 tornou ainda mais visível a sobrecarga dessas mulheres. Elas foram incansáveis diante de uma crise sanitária global, muitas vezes abrindo mão do convívio com suas famílias por proteção e responsabilidade. Ainda hoje, muitas seguem enfrentando uma rotina desgastante e isso tudo sem que a sociedade lhes ofereça o suporte necessário, como políticas públicas de cuidado, condições de trabalho dignas e valorização.

Por isso, neste dia das Mães, mais do que flores e homenagens, é fundamental reconhecer as dificuldades enfrentadas pelas mães trabalhadoras, especialmente aquelas que atuam na área da saúde. Celebrar esse dia é também um ato de resistência e de escuta: é enxergar essas mulheres em sua complexidade, valorizando sua força, mas também reconhecendo seus limites e reivindicando melhores condições para que possam maternar com dignidade.

Ser mãe é um ato de amor, mas também é um ato político. E honrar as mães é lutar por uma sociedade que as acolha, respeite e valorize — dentro e fora de casa.