Francisca Pires
Francisca Pires

12/05/2025, 09h


Do nascimento de um bebê frágil e indefeso à partida, precoce ou já esperada, de alguém que é amado. São os olhos da enfermagem que guiam e confortam os momentos mais importantes da história de todos nós. É o cuidado da enfermagem que cura, mesmo quando não existem condições e estrutura para tal. Neste 12 de maio, o Sindsaúde/RN parabeniza enfermeiras(os), técnicas(os) e auxiliares de enfermagem pelo compromisso diário com a vida.

Mas, não basta reconhecimento simbólico, a categoria exige respeito e valorização reais. A luta pelo Piso Nacional da Enfermagem é um dos maiores marcos recentes da categoria. Após anos de mobilizações, greves, articulações políticas e pressão nacional, a lei foi aprovada e sancionada. Porém, a conquista não veio sem obstáculos: judicialização, vetos, tentativas de desfigurar a proposta e atrasos na regulamentação colocaram em risco esse direito histórico.

Atualmente, o piso está sendo pago, mas apenas como complemento e de forma desigual. No Rio Grande do Norte, diversos trabalhadores (as) ainda enfrentam atrasos, descumprimentos ou repasses insuficientes, principalmente nas prefeituras, sobretudo a da capital potiguar. Muitos gestores seguem alegando dificuldades orçamentárias, mesmo com o repasse de recursos federais garantido. 

Nossa principal batalha agora está sendo a aprovação no Congresso Nacional da PEC 19/2024 que visa estabelecer que o piso salarial dos (as) enfermeiros (as), técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras corresponda a uma jornada máxima de trabalho de trinta horas semanais, além do reajuste anual do piso salarial, que não será inferior ao índice de variação inflacionária acumulada nos doze meses anteriores. O Sindsaúde/RN, portanto, segue vigilante e na luta pelo pagamento integral e imediato, sem cortes ou manobras.

Durante a pandemia da Covid-19, a enfermagem foi a linha de frente do combate à crise sanitária. Mesmo com escassez de equipamentos, sobrecarga e medo, esses profissionais sustentaram o SUS e salvaram vidas, muitas vezes à custa da própria. Ainda assim, enfrentam rotinas exaustivas, vínculos precários, assédio institucional e desrespeito. Apesar dos desafios, a categoria segue se fortalecendo, ancorada no conhecimento científico e na atuação de profissionais de excelência, que exercem sua função com autonomia e vêm abrindo novos horizontes tanto no setor público quanto no privado.Por isso, neste 12 de maio, fazemos mais do que celebrar: denunciamos a desvalorização estrutural da enfermagem e reforçamos nosso compromisso de continuar lutando por:

  • Pagamento integral do Piso Salarial, com retroativo, e no vencimento base;
  • Jornada de 30 horas;
  • Concurso público e fim da terceirização;
  • Condições dignas de trabalho e respeito nos locais de atuação!

Menos aplausos. Mais direitos, mais dignidade e mais compromisso de todos os governos com quem cuida da vida! Viva a Enfermagem!