Fernanda Soares
Fernanda Soares

20/04/2020, 11h


O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nessa quinta-feira (16) a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A falta de consenso entre membros do governo sobre a pandemia do novo coronavírus só aprofunda esta crise sanitária, prejudicado sobretudo os mais pobres. 
 
Enquanto o ex-ministro Mandetta defendia a manutenção da quarentena, Bolsonaro era contra o isolamento social, contrariando as orientações das autoridades de saúde. 
 
Essa demissão é mais um exemplo de que Bolsonaro não trata a saúde da classe trabalhadora como prioridade. E o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, reafirma a política genocida do governo. 
 
A defesa da vida das trabalhadoras e trabalhadores não está nos planos de Teich. O novo ministro está ainda mais alinhado à política de morte de Bolsonaro para a Saúde. 
 
Em fala durante evento de oncologia em 2019, ele defendeu a morte dos mais velhos para que os jovens sejam tratados, diante de um cenário de limitação de recursos. 
 
No entanto, não podemos defender as posturas do ex-ministro Mandetta. Ele fez apenas o mais prudente diante de uma crise sanitária. Mandetta é ávido defensor da privatização do Sistema o Único de Saúde (SUS), por exemplo. Ele também ajudou a acabar com o programa Mais Médicos e extinguiu o departamento de combate ao HIV.
 
Por isso, ao contrário de algumas entidades, não defendemos o movimento "Fica, Mandetta!". Não existe nenhum setor progressista no governo Bolsonaro.
 
As políticas do governo federal para contornar a pandemia são insuficientes e não atacam os lucros dos bancos e grandes empresários. O governo ainda não revogou a PEC do teto de gastos. Não taxa as grandes fortunas, nem para de pagar a dívida pública. 
 
Pelo contrário, aprofunda ainda mais a crise e quer jogá-la nas contas dos trabalhadores. Como a recente aprovação da "Carteira verde e amarela" que ataca frontalmente os direitos da nossa classe, pois é um aprofundamento da reforma trabalhista do governo Michel Temer. 
 
O Sindsaúde repudia as políticas para a Saúde do governo Bolsonaro. Neste momento de crise, temos que fortalecer ainda mais nossa organização e nossos sindicatos, para lutarmos com mais força contra os ataques dos governos.