Os cerca de 12 mil metalúrgicos da Embraer, em São José dos Campos (SP), entraram em greve por tempo indeterminado, nesta quarta-feira, dia 5. A paralisação é resultado da rejeição à proposta de 7,4% de reajuste salarial apresentada pela Embraer, e que representa apenas 1% de aumento real. Os trabalhadores querem 10% de reajuste e não aceitam o aumento no desconto do plano de saúde.
Os trabalhadores também denunciam a disparidade dos valores de PLR (Participação nos Lucros e Resultados), diante dos altos lucros da empresa. Enquanto cada metalúrgico receberá R$ 1.300,00, a PLR de alguns diretores da empresa chega a R$ 2 milhões.
Nesta sexta, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado à CSP-Conlutas, enviou uma carta ao governo federal pedindo que interceda em favor dos trabalhadores da Embraer, nas negociações da Campanha Salarial. Eles também pedem uma audiência com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e o ministro da Defesa, Celso Amorim.
O governo federal é um dos principais clientes da Embraer e beneficia a empresa com financiamento público e isenção de impostos. Apenas na compra do KC-390, o Governo Federal vai desembolsar R$ 7,2 bilhões. Em 2013, o governo abriu mão de R$ 300 milhões em isenção de impostos concedidos à empresa, por meio da desoneração da folha de pagamento.
“O Governo Federal não pode admitir que uma empresa da importância da Embraer continue agindo dessa forma, ficando inclusive ameaçada de não ter um acordo coletivo de trabalho. Este não é um assunto meramente sindical. A Embraer recebe todo tipo de benefícios do governo e tem de assumir suas responsabilidades sociais. O Sindicato continua aberto ao diálogo, mas exige que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e que o governo interceda neste sentido”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros.