Outubro chegou e, pelo 6º ano consecutivo, o Rio Grande do Norte participa do Outubro Rosa, campanha que tem como objetivo conscientizar a população sobre a luta contra o Câncer de Mama. Mas aqui no RN não há muito o que celebrar, já que o governo Rosalba desmontou o Centro de Saúde Reprodutiva, deixando de fazer exames de mamografia, pré-natal, colposcopia (preventivo de câncer no colo do útero), biópsias e até exames laboratoriais simples.
O Centro, que era uma referência na área de saúde da mulher, já chegou a ter 150 servidores, que atendiam em torno de 600 pessoas diariamente. Hoje, após a descontinuação de seus principais serviços, a unidade é praticamente um prédio fantasma, que agora só oferece consultas médicas para algumas especialidades, como ginecologia e dermatologia.
Dos 150 servidores, cerca de 30 ainda continuam atuando no local. Os demais foram transferidos para outras unidades, sem o mínimo respeito com os trabalhadores. Muitos deles atuavam há décadas no centro. Até mesmo a diretora, Débora Torquato, foi exonerada do cargo, deixando a unidade sem direção. São os médicos e funcionários que atualmente têm gerido o lugar.
Uma das servidoras, que trabalhava no setor de esterilização (que está com suas duas autoclaves quebradas), conta que, em 24 de atuação no Centro, nunca viu o lugar tão abandonado. Ela acrescenta que o mês do Outubro Rosa sempre foi um período de mutirão para a conscientização sobre o câncer de mama e para a realização de exames e ações de prevenção. Esse é o primeiro ano onde nada será feito no Outubro Rosa no principal centro de referência da saúde da mulher.
Em março deste ano, os secretários de saúde estadual e municipal divulgaram a municipalização do Centro. Porém, até o momento a prefeitura de Natal ainda não assumiu a gestão da unidade e o governo Rosalba não se compromete mais em fornecer material de trabalho, como álcool, iodo ou o conserto das autoclaves. Com o desmonte do Centro, inevitavelmente os principais serviços da unidade precisaram ser interrompidos, deixando centenas de pacientes que dependem do SUS sem atendimento.