Nesta quinta-feira (2), às 8h30, os servidores da Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat) realizaram um protesto com um bolo de aniversário, para lembrar o aniversário de um ano da falta de alguns medicamentos de uso contínuo. Cerca de 60 usuários que aguardavam atendimento foram convidados para comer o bolo e participar do protesto.
Há exatamente um ano, os usuários da Unicat não recebem Raloxifene Hydrochloride, mais conhecido como Evista (60mg), um dos medicamentos mais procurados da unidade. Segundo os servidores, cerca de 20% dos usuários vão à Unicat em busca desse remédio, utilizado para o tratamento de osteoporose e que custa entre R$ 150 e R$ 200 nas farmácias. Há quase um ano também está em falta o remédio Hidroxicloroquina, para o tratamento de artrite reumatóide.
Outros remédios de uso contínuo estão em falta há seis meses, como Toxina Botulínica (500 UI) e Somatropina (4 UI e 12 UI), e há três meses a Unicat também não conta mais com Alenia, utilizado para o tratamento de asma, e Galantamina, para o tratamento de Alzheimer.
O objetivo dos servidores, em greve desde 8 de setembro, foi alertar a população para o problema da falta de abastecimento na unidade e também nos hospitais. Na semana passada, um novo levantamento feito pelo Sindsaúde, revelou a falta de 24 medicamentos de alto custo na Unicat e outros 25 itens em falta no Hospital Walfredo Gurgel.
Também nesta quinta-feira, às 13h, o Sindsaúde entregou ao Ministério Público o estudo de impacto da portaria 321/2014-GS, que alterou a jornada de trabalho dos servidores e reduziu o horário de funcionamento da unidade, fatos que também motivaram a greve. No relatório, o Sindsaúde apresenta a queda da quantidade de atendimentos diários na unidade: em maio, a média diária era de 535 atendimentos, que cai para 461 em agosto e 397 em setembro.
O estudo foi solicitado pelo promotor para o Sindsaúde e também para a Sesap e ambos tiveram 10 dias para entregar o documento.