A recente greve de quatro dias dos servidores estaduais, iniciada no dia 08 de setembro, foi marcada por uma série de ataques aos servidores e ao sindicato. O secretário Luiz Roberto imediatamente foi para a imprensa chamando a greve de irresponsável, ilegal, oportunista e política, como se não pudéssemos fazer greve em meio às eleições. Negou pedido de audiências, ameaçou cortar o ponto e pediu a ilegalidade na Justiça, o que não foi concedida.
Não é a primeira vez que o governo age desta forma. Em dezembro do ano passado, a nossa greve foi chamada de política. Em fevereiro, depois de meses aguardando o envio do Projeto de Lei com a revisão da tabela, fomos novamente à greve. Mais uma vez, o secretário chamou a greve de política e ameaçou cortar o ponto.
Sua atitude têm dois objetivos - fazer a população acreditar que os servidores não tinham motivos para a greve e nos intimidar. Chegou a mentir para a imprensa, acusando os servidores de impedirem o atendimento, quando ele sabe muito bem que a greve não foi responsável por isso. Mas sim a falta de macas, de pessoal e de medicamentos.
Os servidores da saúde não fazem greve porque querem, mas quando não há outro caminho. Em todas essas situações, nossa greve foi legítima, porque não aceitamos pagar a conta pela falta de dinheiro na saúde pública. Acusar a greve de política é tentar se eximir da sua responsabilidade diante do caos e dos R$ 96 milhões que seu governo deixou de aplicar na saúde.
Mesmo diante desses ataques, os servidores suspenderam a greve nos hospitais, para que o governo negociasse. Nem assim, a postura mudou. O secretário continuou com uma postura intransigente e arrogante, nos atacando e sem nos receber. Para piorar ainda foi pessoalmente até a Unicat, onde a greve continua, tentar intimidar os servidores, envolvendo-se até em bate-boca. Leia mais: Secretário bate boca com servidores na Unicat.
O único momento em que o secretário sentou-se para negociar foi diante do Ministério Público, em reunião proposta pelo Sindsaúde. Esperamos que a Sesap mude a sua postura, negocie com o Sindsaúde e os servidores da Unicat. O primeiro passo que se espera de um secretário é respeitar os servidores.