Enquanto o secretário estadual de saúde, Luiz Roberto Fonseca, acusa os servidores da Unicat de impedirem a entrega de medicamentos, um caminhão repleto de soro deixou de ser entregue na unidade nesta quarta-feira (17) por irresponsabilidade do próprio governo Rosalba, que permite que material hospitalar seja armazenado inadequadamente. A maior parte das prateleiras que deveriam guardar as caixas de medicamentos no galpão de armazenamento da Unicat está vazia porque as duas máquinas empilhadeiras utilizadas para suspender as caixas até as prateleiras estão quebradas há mais de um ano. Com isso, os funcionários da Unicat são obrigados a empilhar os medicamentos no chão.
O caminhão chegou por volta das 7h e ficou aguardando a manhã toda para ser descarregado. Como não havia espaço no chão para o armazenamento, o caminhão acabou indo embora por volta do meio dia, sem fazer a entrega do soro que abasteceria os hospitais da rede estadual. Segundo os servidores da unidade, foi a segunda vez esta semana que um caminhão foi embora sem poder deixar material que seria utilizado nos hospitais.
Os servidores da Unicat, em greve desde o dia 8 de setembro, ainda acusam a direção da unidade de não tomar nenhuma providência para o conserto das máquinas. A impossibilidade de descarregamento desses caminhões agrava ainda mais a situação de desabastecimento da rede hospitalar. O levantamento mais recente feito pelo Sindsaúde, na sexta-feira passada (12), revelou a falta de 61 medicamentos na unidade, sendo 30 de alto custo e outros 31 que deveriam abastecer a rede hospitalar.
“O governo Rosalba tentou acusar a nossa greve de impedir a entrega de medicamentos na Unicat, mas aí está a prova de que a entrega não acontece por irresponsabilidade do próprio governo. Como se já não bastasse a falta de 61 medicamentos, os que chegam não podem ser entregues simplesmente por falta de espaço para armazená-los”, falou Manoel Egídio, coordenador geral em exercício do Sindsaúde. “Quando o governo permite que a entrega de medicamentos seja comprometida por causa de duas máquinas quebradas há mais de um ano, ele está brincando seriamente com a vida das pessoas”, completa Egídio.
FORA ALAÍDE
No ato promovido pelos servidores da Unicat na manhã desta quarta-feira (17), os grevistas confeccionaram uma faixa com a frase “FORA ALAÍDE”, exigindo a saída da diretora da unidade, Alaíde Porpino. Os servidores acusam a diretora de assediar moralmente os trabalhadores, impondo regras arbitrárias, como o desvio de funcionários para outras funções. Há casos de seguranças e estagiários que têm executado função de atendimento ao usuário e de servidores que são obrigados a trabalhar por dois, durante o horário de almoço de outros servidores.
Um novo ato da greve da Unicat acontece nesta quinta-feira, às 9h, em frente à unidade, para denunciar a falta de medicamentos e exigir a saída de Alaíde da direção.