Os servidores da saúde do estado decidiram em assembleia na manhã desta quinta-feira (11) suspender a greve nos hospitais e unidades de saúde do estado, com a exigência de que a Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) abra negociações sobre a pauta de reivindicações apresentada pelo sindicato. A greve será mantida apenas na Unicat, unidade responsável pela distribuição de medicamentos, unidade na qual os servidores tiveram a jornada de trabalho modificada e que convive com a falta de medicamentos.
No comunicado enviado à Sesap, os servidores exigem que o secretário estadual de Saúde abra imediatamente as negociações. “Desde o início da greve, a Sesap tratou os servidores com ataques e chegou a ameaçar cortar o ponto. Esperamos que o secretário mude sua atitude, nos receba e discuta as nossas reivindicações, que são justas. Afinal, a responsabilidade sobre a falta de dinheiro na saúde é em primeiro lugar do governo”, afirmou Manoel Egídio Jr., coordenador-geral do Sindsaúde.
A greve foi deflagrada principalmente pela redução das verbas da saúde estadual, que já tem perda de R$ 100 milhões. O repasse mensal à saúde tem sido reduzido em R$ 8 milhões, o que motivou as medidas impostas pelo governo, no regime de trabalho e em horários de atendimento.
O Sindsaúde afirma que o corte de plantões eventuais dos técnicos de enfermagem irá reduzir as equipes, aumentando a sobrecarga de trabalho e comprometendo o atendimento. Segundo o sindicato, o déficit de pessoal é de dois mil servidores, mesmo após a convocação de concursados. “Os plantões eventuais são usados para completar as equipes. O número de convocados não foi suficiente e, ao tirar os eventuais, vamos ter equipes menores, com 25, 30 pacientes. Não há condições de se trabalhar assim”, afirma Egídio. O sindicato reivindica ainda que seja feito um levantamento conjunto em todos os hospitais para verificar a quantidade de pacientes atendidos por servidor.
Nesta sexta-feira (12), os servidores farão um ato na Unicat, às 09h, contra o desabastecimento, contra a mudança na jornada de trabalho e por mais verbas para a saúde pública.