Na sexta-feira (22), o governo do estado publicou no Diário Oficial a portaria nº 321/2014-GS, que altera o expediente administrativo da Sesap para 8 horas diárias, de acordo com a Lei nº 333/06, alterada pela Lei nº 343/07.
As jornadas de 8 horas fazem parte das medidas de contenção de gastos do governo para tentar contornar a crise financeira da saúde pública e começam a valer nas escalas de setembro em todo o estado. Elas serão aplicadas aos servidores com expediente de 40 horas semanais, menos para os servidores que trabalham na assistência ao paciente. A jornada será dividida em dois turnos de trabalho, com 1 ou 2 horas para descanso/almoço.
A medida muda completamente a jornada de trabalho que há 8 anos consta no Plano de Cargos e pegou os servidores de surpresa, já que eles terão que que alterar suas rotinas devido ao novo horário de trabalho. Muitos deles estudam ou possuem outros vínculos e compromissos. Além disso, a nova jornada afeta o bolso dos trabalhadores, já que o governo não irá garantir auxílio alimentação ou auxílio transporte.
A portaria também autoriza descontos por falta diferentes dos que foram acordados com o Sindsaúde e publicados em portaria durante a greve de 2014. Se um servidor faltar a um plantão de 6h, será computado um dia de desconto (como já acontece normalmente), mas se ele faltar a um plantão de 12h, não serão descontados o equivalente a 2 dias de trabalho, mas sim 3 dias, uma proporção injusta para os servidores.
Em assembleia da última quinta-feira (21), os servidores da saúde estadual rejeitaram as medidas da Sesap e farão uma paralisação de advertência na próxima quarta-feira (27). O dia será marcado com um ato no Hospital Walfredo Gurgel, a partir das 8h30. A concentração será às 6h30, na Unicat, um dos locais mais prejudicados pela jornada de 8h. Já na sexta-feira (29), a categoria terá nova assembleia, já com indicativo de greve, às 9h, no Sindsaúde.