Na manhã desta quinta-feira (21), os servidores estaduais da saúde se reuniram em assembleia para discutir as medidas de racionalização que a Sesap está adotando para tentar remediar a crise da saúde pública. Entre as medidas estão o aumento da jornada de trabalho para 8h e o corte nos plantões eventuais. Após a assembleia, a categoria saiu em passeata de protesto até a Sesap, onde realizou um ato público.
A categoria rejeitou as medidas da Sesap, após entender que elas prejudicarão ainda mais a vida dos servidores e comprometerá o atendimento à população. Por isso, os servidores farão uma paralisação de advertência na próxima quarta-feira, 27 de agosto, com passeata de protesto até o Hospital Walfredo Gurgel. A concentração será às 6h30, na Unicat.
Com a alteração da jornada de trabalho para 8h, a Sesap passará por cima da lei do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) dos servidores, que prevê jornadas que variam entre 6h, 12h e 24h.
Com a nova carga horária, os serviços funcionariam das 8h às 12h e das 14h às 18h, como no comércio. Entretanto, a Sesap não pretende garantir auxílio alimentação ou auxílio transporte para os servidores, que acabariam tendo que tirar dinheiro do próprio bolso para arcar com a mudança. Sem falar na população, que ficaria sem os serviços durante o intervalo de duas horas. Na Unicat, por exemplo, muitos usuários vêm do interior e já são obrigados a esperar longas horas por atendimento. Agora, teriam que esperar duas horas a mais.
Além disso, há 8 anos os servidores estão habituados às jornadas previstas pelo plano de cargos e organizaram suas vidas em torno delas. Muitos servidores estudam ou têm compromissos com outros vínculos e não podem ter suas rotinas alteradas dessa maneira inesperada!
A Sesap também irá cortar todos os plantões eventuais a partir de setembro, sacrificando os servidores para enxugar as contas da secretaria. “Nós não somos a favor dos plantões eventuais e sim a favor de um salário digno, da convocação dos concursados e da realização de novo concurso para ocupar as vagas onde há necessidade. Não podemos concordar que o governo tire os plantões e não chame os concursados para ocupar essas vagas, sobrecarregando o trabalho dos que ficam nos locais de trabalho”, esclareceu Rosália Fernandes, diretora do Sindsaúde-RN.
Rosália ainda criticou o governo Rosalba pela falta de prioridade com a saúde nestes últimos 4 anos e reforçou a necessidade da categoria se mobilizar para a paralisação do dia 27: “Nós não vamos pagar a conta pela falta de dinheiro na Saúde! Nós sabemos muito bem onde foi parar o dinheiro do estado, nas mãos dos empresários da Copa. Todos nós precisamos mobilizar os servidores em nossos locais de trabalho para a paralisação do dia 27 e para o ato no Walfredo”.
A categoria ainda aprovou uma nova assembleia para a sexta-feira, 29 de agosto, para discutir um indicativo de greve, caso a Sesap não pare os ataques contra os servidores.