No dia 2 de julho, o Sindsaúde e o Sintest, dos técnicos da UFRN, fizeram a primeira entrega de doações aos desabrigados de Mãe Luiza, vítimas das últimas chuvas em Natal.
“A solidariedade de classe é muito importante nesse momento para ajudar estas pessoas, esquecidas pelos governos. Não somos várias classes, somos só uma: a classe trabalhadora!”, afirmou Rosália Fernandes, do Sindsaúde.
Nesta primeira entrega, foram doados centenas de garrafas de água potável, uma das maiores necessidades dos moradores. Depois de entregar a doaçõa na Igreja do Bairro, para famílias cadastradas pelos próprios voluntários, os servidores da saúde e da UFRN percorreram as ruas do bairro, como a Rua Guanabara, onde uma cratera foi aberta, e a Escola Municipal Antônio Campos, onde permanecem algumas famílias desabrigadas.
A campanha de solidariedade continua até esta sexta, 11 de julho. Após essa data será feita uma nova entrega aos desabrigados, incluindo roupas e outras doações que já estão na sede do sindicato. Neste momento, os itens mais necessários são: água potável, material de limpeza e higiene pessoal, fraldas e roupas infantis. Quem puder colaborar, basta fazer sua doação na sede do Sindsaúde (Avenida Rio Branco, 874, Centro).
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Culpa e descaso dos governos
Natal, cidade turística que vem crescendo economicamente a cada ano, não tem um sistema de drenagem. Sempre que chove, vários pontos da cidade ficam alagados. Mas dessa vez as chuvas de junho vieram com mais força, anunciando uma tragédia para várias famílias de Mãe Luiza e de outros bairros. Mais de 70 famílias ficaram desalojadas por terem suas casas interditadas ou ameaçadas de desabamento. E por causa do descaso do governo agora enfrentam as dificuldades, dividindo abrigos com muitas pessoas, além da falta de água potável.
Para tentar amenizar, o governo diz que a catástrofe foi causa natural, mas não é verdade. Desde 2008 existiu o plano de drenagem para as áreas de risco ficou engavetado e a prefeitura nada fez. A Copa do Mundo passou por Natal e a prefeitura tentou mascarar os problemas por todas as partes, colocando os problemas sociais para debaixo do tapete. Enquanto se investiu milhões em decorações e no estádio, as autoridades esqueceram dos moradores da periferia e não deram nenhuma prioridade para a prevenção de situação como essa.
Os moradores de Mãe Luiza estão esperando o aluguel social que já foi aprovado pela Câmara no dia 1º de julho. O auxílio-aluguel é uma medida mínima e insuficiente para que os atingidos pelo deslizamento de terra possam sair dos abrigos para alugar casas, pois só atenderá famílias com renda inferior a três salários mínimos. Mas até o momento nem esse auxílio, de no máximo R$ 724, começou a ser pago.
VÍDEO COM DEPOIMENTOS DOS MORADORES