Na manhã desta quarta (5), Às 08h30, o Sindsaúde realizou um protesto em frente ao Pronto Atendimento Sandra Celeste, na Rua Jaguarari. O motivo foi a transferência de servidores para outras unidades e a proposta de mudança do perfil, para portas fechadas, atendendo apenas pacientes encaminhados. O Sandra Celeste já havia sofrido uma mudança em dezembro, após o fechamento das pediatrias do estado, passando a atender apenas casos de urgência e emergência.
O Sindsaúde recolheu assinaturas dos usuários, contra o fechamento, e fez a denúncia para os diversos órgãos de imprensa presentes. “A calamidade na saúde municipal continua. O estudo que o Sindsaúde acaba de divulgar mostra que faltam medicamentos em todas as unidades que fazem o pré-natal. E depois, na pediatria, o caos continua. Não podemos aceitar que se reduza o atendimento”, afirmou Célia Maria Dantas, diretora do Sindsaúde.
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O ato teve a participação de José Fernandes da Silva, presidente do Conselho Comunitário de Dix-sept Rosado. Ele trazia um abaixo-assinado com 500 assinaturas, pela garantia do atendimento aos moradores do bairro. “O povo está humilhado, abandonado igual cachorro. Depois da eleição, o que recebemos é descaso. Prefeito, antes da Copa, olhe primeiro para a Saúde. Vamos trazer os moradores para cá, vamos até às últimas conseqüências. Não vamos permitir que a única coisa que a gente tem na Zona Oeste feche assim”, discursou.
Também moradora do bairro, a cabeleleira Andrea Lucas usou o microfone para denunciar a situação da saúde. Ela estava no Sandra Celeste desde o início da manhã, tentando atendimento para seu filho de dois anos, que está doente há três dias, com febre alta e dor de garganta. “Não vim antes para cá porque tinham me dito que não tinha mais atendimento. Tentei cuidar dele em casa, mas como não melhorou, tive que vir para cá”, conta. “O Sandra Celeste não pode fechar. Para onde vou levar meu filho”, questiona.
O vereador Marcos Antonio (PSOL) participou do ato. Ele criticou o prefeito Carlos Eduardo pela falta de investimentos na saúde pública do município. “Tem dinheiro para a Copa do Mundo, para empréstimos, para a terceirização... Mas cadê o dinheiro para a saúde?”, questionou. Ele saudou a iniciativa do Sindsaúde e defendeu a ampliação da rede. “É preciso manter o Sandra Celeste aberto e ampliar o atendimento. É preciso construir um hospital infantil na Zona Oeste, e nas outras regiões de Natal. Não se pode deixar as crianças sem atendimento”, defendeu.
Às 15h, será realizada uma reunião dos servidores com representantes da Secretaria Municipal de Saúde e do Conselho Municipal de Saúde, para discutir as mudanças no Pronto Atendimento.