Nesta quinta-feira (12), diversos sindicatos realizaram um ato na sede do Sinpol em solidariedade aos motoristas do transporte alternativo e ao seu sindicato, o Sitoparn. O ato denunciou a criminalização dos movimentos sociais e a decisão do Ministério Público do Rio Grande do Norte, que cobrou punição ao Sitoparn e repressão a movimentos e protestos que vierem a interromper o trânsito na cidade.
A maior prova da criminalização a que o Sitoparn está sendo alvo foi a forte movimentação policial no Baldo, próximo ao ato. Carros de polícia e até um guindaste aguardavam no Baldo desde às 15h30. Desde o início da tarde, boatos tomaram conta da cidade, dando conta de que os alternativos iriam novamente bloquear o trânsito, quando na verdade estava marcado apenas um ato em um local fechado.
O protesto reuniu diversos sindicatos, como Sinai, Sindsaúde, Sinpol e Sindicato dos Petroleiros, além das centrais CSP-Conlutas, CUT e CTB; e da ANEL e do MLB. Os partidos PSOL, PSTU, PCdoB e PT e PCO participaram do ato.
O ato contou com a presença de três vereadores: Amanda Gurgel (PSTU), Fernando Lucena (PT), George Câmara (PC doB), e de representantes do mandatos de Hugo Manso (PT), Sandro Pimentel (PSOL) e Marcos Antonio (PSOL). Amanda Gurgel e Sandro Pimentel estão respondendo a inquéritos e denúncias na Comissão de Ética na Câmara dos Vereadores, por terem criticado a postura da maioria da Câmara diante de votações, e, no caso de Amanda, por ter dito que há uma bancada do Seturn.
Juary Chagas falou em nome da CSP-Conlutas, central sindical a qual o Sindsaúde é filiado, e defendeu a unidade do movimento e uma campanha nacional contra a criminalização. "Desde as manifestações de junho, está sendo montado um ataque orquestrado dos governos e da burguesia. Eles estão com medo da força dos trabalhadores e do que ela pode ser capaz de fazer em 2014. Precisamos fazer uma grande campanha contra a criminalização dos movimentos sociais", afirmou.
A coordenadora-geral do Sindsaúde, Simone Dutra, denunciou os ataques aos sindicatos. “Os governos tratam as greves como se fossem crimes. O prefeito Carlos Eduardo recebeu os servidores com spray pimenta e tanto o secretário Cipriano quando o secretário de Rosalba pediram a ilegalidade das nossas greves”, denunciou. Ela citou ainda a repressão do governo estadual aos policiais civis. Em setembro, os policiais em greve foram proibidos de se aproximar da Governadoria e das delegacias e, até agora, o sindicato está sem receber do governo o repasse de seus sindicalizados.
O ato também denunciou a criminalização à juventude, que em todo o país, têm respondido a processos e inquéritos, por conta das lutas e atos de rua. Em Natal, ativistas da luta pelo passe-livre estão respondendo à inquéritos e muitos foram seguidos e ameaçados.
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