Desde julho que o governo estadual vem promovendo descontos e atrasos sucessivos nos salários dos servidores da saúde. O mais recente ocorreu no dia 31, no pagamento do salário de outubro. Todos os servidores que recebiam a gratificação por vantagem pessoal tiveram o valor cortado. Em alguns casos, o valor chega a R$ 600,00.
A gratificação é paga aos servidores de nível superior que, antes de aderirem ao Plano de Cargos e Salários, recebiam uma Gratificação por plantão, a antiga Grapus. Com a mudança para o plano, foi criada a Vantagem Pessoal, no valor da diferença, para que não houvesse perda de remuneração.
Além do corte desta gratificação, vários servidores tiveram descontos indevidos, como plantões e o adicional noturno, e o Walfredo Gurgel e o Santa Catarina tiveram queda na produtividade. Os descontos se concentram principalmente nestes dois hospitais e no João Machado.
Os descontos provocaram a revolta da categoria. Em reuniões realizadas pelo Sindsaúde no Walfredo Gurgel, Deoclécio Marques e outros hospitais, o clima era de indignação com o governo. “Todo mês eles tiram algo. A gente nunca sabe quanto vai receber. Eles estão testando a gente”, afirmou uma servidora.
Na sexta-feira, 8, os servidores do estado terão uma assembleia, às 09h, no Sinpol (Av. Rio Branco). “Iremos discutir um aumento nas mobilizações nos hospitais do estado, para garantir nossos direitos. Na prática, o governo está confiscando nossos salários e está nos empurrando novamente para a greve”, afirma Rosália Fernandes, diretora do Sindsaúde-RN.
CONFISCO - Os descontos ocorrem sucessivamente, desde julho: A parcela de 1/3 das férias de julho, setembro e outubro não foram pagas; e os dias da greve chegaram a ser descontados indevidamente, sendo repostos apenas no salário de outubro. Além disso, desde agosto, com a incorporação de parte das gratificações (JE e GAE), houve uma redução da remuneração dos servidores de nível elementar e de parte dos de nível médio.
Somado ao atraso nos salários, que neste mês só serão pagos completamente no dia 8, o governo vem realizando um confisco permanente na remuneração dos servidores. “Estão querendo economizar às nossas custas, mesmo com recordes de impostos. O Ministério Público já está investigando as contas do estado e pedimos o impeachment da governadora. Rosalba não pode jogar a conta do desgoverno nas nossas costas”, afirma Rosália Fernandes.
PCCR: compromissos da greve - O governo Rosalba não dá garantias de que irá cumprir os compromissos assumidos após a suspensão da greve do estado. O governo já faltou, adiou e cancelou reuniões da comissão do PCCR, que precisa encerrar os seus trabalhos até o dia 11, para que um Projeto de Lei seja enviado aos deputados estaduais, garantindo a correção das distorções no Plano de Cargos. A próxima reunião da comissão do PCCR ocorrerá nesta quarta, 6, na Sesap.