Na manhã desta quinta-feira (12), o Sindsaúde realizou um ato público no Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e outras drogas (Caps - Norte), na Av. Paulistana, em Panatis. Durante o ato, diretores do Sindsaúde-RN e funcionários falaram sobre a campanha salarial do município e denunciaram as condições estruturais do lugar. Segundo o técnico de enfermagem Gilmar Maia Nogueira, "o maior entrave [da unidade] é a estrutura. Não há condições de funcionar assim", afirma. "A gente vê o descompromisso da gestão atual com a saúde", completa.
A diretora do Sindsaúde Célia Dantas falou sobre os medicamentos que faltam no Caps e sobre a luta dos servidores da saúde do município. "A população já não aguenta mais essa situação", diz. Andréa Alexandre, do Sindsaúde, denunciou que a prefeitura está pedindo autorização da Câmara para o empréstimo de R$ 104 milhões para as obras de mobilidade, para a Copa do Mundo. "Enquanto isso, há diversas unidades fechadas no município. Dê prioridade à saúde, prefeito!", afirmou.
Um paciente do CAPS, dependente de álcool, também pegou o microfone e fez um relato. “Eu só tenho a agradecer aos funcionários daqui. Venho aqui há vários anos. Infelizmente, tem muitos aí que a gente passa e vê caído pela calçada, que não conseguiram ajuda”, afirmou.
ESTRUTURA AMEAÇADA - A unidade esteve fechada durante um ano devido aos problemas estruturais, incluindo infiltrações e o vazamento de uma fossa no imóvel ao lado, que invadia o terreno. Reaberta há cerca de um mês, o prédio no entanto ainda apresenta diversos problemas de estrutura, que dificultam o atendimento e o acolhimento dos pacientes.
O problema mais grave está na entrada do prédio, que se encontra interditada por causa de um buraco na laje, que ameaça cair. Esse problema afeta também o setor de nutrição e a cozinha, que, pelo mofo, não pode ser usada para armazenar alimentos.
Com isso, o CAPS deixou de oferecer as refeições aos pacientes, importantes para mantê-los durante todo o dia em atividades e atendimento no centro. “Pela natureza da dependência, já há uma irregularidade na freqüência. Muitos saem, retornam ao vício, depois voltam. O objetivo é mantê-los aqui o maior tempo, para evitar as recaídas”, afirma a diretora administrativa Késsia Miranda. Segundo a diretora, a unidade atende atualmente cerca de 300 pacientes por mês. O número já foi maior, antes da unidade ter sido fechada. “Muitos ainda estão retornando ao tratamento”, afirma.
A diretora também informou que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) está em busca de um novo espaço para o CAPS, também na Zona Norte, mas que dois imóveis encontrados foram descartados por causa do valor e outros por não corresponderem às exigências do Ministério Público. Ela aguarda a definição sobre o aluguel, para que, nesse novo prédio, o centro possa funcionar 24 horas. Dos cinco CAPS que existem em Natal, dois são dedicados ao tratamento de dependentes de álcool e drogas (AD), mas só o da Zona Leste possui funcionamento 24 horas.
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