Há cinco anos, no dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou oficialmente a pandemia da Covid-19. O anúncio veio em meio a um cenário de rápida disseminação do vírus, trabalhadores (as) de saúde sobrecarregados e incertezas sobre o futuro. No Rio Grande do Norte, a categoria enfrentou a crise sanitária sem equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados e precisou lutar para que medidas de contenção, como o lockdown, fossem implementadas.

O Sindsaúde/RN esteve na linha de frente não apenas nos hospitais, mas também na defesa dos direitos desses profissionais. Desde o início da crise sanitária, a entidade denunciou a falta de EPIs, cobrou a testagem regular dos trabalhadores expostos ao vírus e posteriormente a vacinação prioritária para esse grupo. Além disso, foi um dos principais defensores da adoção do lockdown no estado, medida essencial para conter a disseminação da doença e evitar o colapso da rede hospitalar.

Em maio de 2020, o sindicato mobilizou a categoria e integrou a ação judicial que exigia do governo estadual e das prefeituras a adoção de medidas mais rígidas de isolamento social. A decisão teve apoio do Fórum Estadual dos Servidores do RN, que reconheceu a necessidade de proteger tanto os profissionais da saúde quanto a população em geral. Além da luta por lockdown, o Sindsaúde/RN denunciou a precariedade dos hospitais e unidades de saúde, que sofriam com a escassez de EPIs e a falta de leitos, colocando em risco a vida dos trabalhadores e pacientes.

No período, o Sindsaúde/RN conseguiu ainda o pagamento de adicional insalubridade para todos os servidores (as) do estado independente de ser da assistência direta. Mais do que isso, foi uma grande conquista garantir esse pagamento até janeiro de 2024, sendo, inclusive, o único estado do Brasil que recebeu até essa data. O fato tornou o sindicato referência nacional e em 2024 uma publicação no Ministério Público do Trabalho referenciou essa conquista dos trabalhadores (as) em conjunto do Sindsaúde/RN.

O sindicato reforçou a importância da valorização desses profissionais que atuaram sob intensa carga horária, desgaste físico e emocional, muitas vezes adoecendo e até perdendo a vida no exercício da profissão. A pandemia de Covid-19 expôs as fragilidades do sistema de saúde, mas também demonstrou a força e a resiliência dos trabalhadores da área. A atuação do Sindsaúde/RN foi fundamental para garantir que esses profissionais não fossem esquecidos ou tratados como peças descartáveis em um cenário de crise. Cinco anos depois, a luta por melhores condições de trabalho e reconhecimento continua, para que as lições da pandemia não sejam apagadas e os direitos conquistados sejam ampliados.

Autor: Francisca Pires