A direção do Sindsaúde/RN realizou, na última quinta-feira (6), uma visita ao antigo Hospital Regional de Canguaretama, fechado em 2019 sob a promessa de dar lugar a uma Policlínica.
Conforme mostram as imagens do local, a obra deveria ter sido entregue em maio de 2024, cinco anos depois do fechamento, o que ainda não aconteceu.
Segundo as informações obtidas pela direção com Liana Félix, ex-diretora do hospital regional na época do fechamento, a obra estava prevista para terminar em junho deste ano e a policlínica será administrada por um consórcio que geralmente contrata por seleção. Ou seja, na avaliação do sindicato, a gestão seguirá sem interesse em investir em concurso público, colaborando com o avanço da terceirização e precarização da saúde.
Esse fechamento é só mais um dos muitos serviços sucateados, reflexo de anos de abandono da saúde pública pelos governos que nunca priorizaram essa área. O governo de Fátima Bezerra (PT) mantém essa política e reafirma a cada dia que é inimigo da saúde. Ao invés de ampliar o serviço, a governadora reduz leitos, fecha unidades e nunca esteve comprometida com a regionalização dos hospitais do estado. Pelo contrário, precariza ainda mais os serviços.
Por consequência, aumenta a sobrecarga de outros hospitais, como o Walfredo Gurgel. Infelizmente, os motivos que culminaram no fechamento do Hospital Regional de Canguaretama é a mesma situação de vários outros hospitais no estado. Muitos estão caindo aos pedaços e sem insumos. Além disso tudo, as servidoras e servidores que já tem seus salários defasados há anos, sofrem com a falta de EPIs e com o assédio moral nos locais de trabalho.
O Sindsaúde/RN exige que a obra da Policlínica, onde foram investidos mais de R$ 3,7 milhões de reais, seja concluída o mais breve possível para que a população, atualmente desassistida, tenha acesso novamente ao serviço. Por fim, também exigimos a realização de concurso público para fornecer mão de obra neste local de trabalho, não as contratações e o sucateamento. Queremos os serviços abertos e os servidores (as) públicos trabalhando!.
Relembre:
Na época do fechamento, o sindicato denunciou que 108 funcionários estavam lotados no Hospital e a medida do Governo causou revolta entre os (as) servidores (as) e usuários que chegaram a realizar protestos em frente à unidade.
De acordo com a subcoordenadora da Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária (Suvisa), Leila Matos, o motivo foi o
elevado risco sanitário que a unidade oferecia aos pacientes. Ainda segundo a subcoordenadora, havia mofo, infiltrações e faltavam equipamentos. O Hospital havia sido alertado dos riscos e da possível interdição desde abril de 2019, segundo a Sesap, quando os problemas foram identificados por meio de uma vistoria.
Autor: Francisca Pires