A jornada dupla e às vezes até tripla dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde sempre foi uma pauta evidenciada pela luta histórica do Sindsaúde/RN. Com o avanço do debate público sobre o fim da jornada 6x1, luta encabeçada pelo Movimento VAT (Vida Além do Trabalho), torna-se urgente também discutir em todos os âmbitos a desvalorização salarial da classe trabalhadora em saúde que, também vivendo em escalas de trabalho desumanas, perdem o direito a bem-estar, saúde mental, tempo para descanso, convívio familiar e atividades de lazer.
Nesse sentido, o Sindsaúde/RN sempre reivindicou a valorização, sobretudo no bolso dessa categoria que, para garantir uma remuneração minimamente digna, precisam assumir múltiplos vínculos empregatícios, totalizando mais de 60 horas semanais, além de enfrentar plantões exaustivos, tanto no setor público quanto no privado. E os impactos dessa sobrecarga são imensos: o desgaste físico constante, a falta de sono adequado e o estresse extremo são apenas algumas das consequências que afetam esses (as) trabalhadores (as). Além disso, a exaustão pode comprometer a qualidade da assistência prestada, pois um profissional sobrecarregado tem mais chances de cometer erros e sofre com os efeitos psicológicos do esgotamento.
Esse cenário sempre foi alarmante e exige mudanças urgentes. A valorização dos profissionais da saúde com salários dignos, condições de trabalho adequadas e jornadas respeitosas é essencial para garantir a saúde e o bem-estar de quem cuida da população. Para isso, os governos e patrões devem seguir sendo enfrentados até que reconheçam o valor da categoria e invistam em políticas que permitam uma jornada humanizada e justa, concurso público para evitar o déficit de profissionais e a sobrecarga. Somente assim, será possível evitar a exploração e preservar a saúde desses (as) trabalhadores(as) que tanto se dedicam salvando vidas todos os dias.