O caos na saúde pública do Rio Grande do Norte ganha novos contornos de indignação com a crescente falta de insumos e estrutura nas unidades de saúde. O Hospital Walfredo Gurgel, maior unidade de emergência do estado, assim como outros hospitais como o Giselda Trigueiro, enfrenta uma grave escassez de materiais essenciais para atendimento, comprometendo a segurança de pacientes e dos profissionais de saúde.
Atualmente, o hospital opera sem itens básicos como álcool,que falta há mais de um mês, além de algumas medicações e antibióticos. A lista de materiais em falta é extensa e inclui desde soluções essenciais para procedimentos, como água destilada e cloreto de potássio, até itens de proteção e cuidado direto ao paciente, como sondas uretrais, luvas cirúrgicas e cânulas para traqueostomia. Entre os insumos críticos que faltam, estão:
- Água Destilada, Bidestilada, Estéril, Apirogênica, Bolsa 500 ml - Ampola
- Cloreto de Potássio 60 mg/ml, solução oral 100 ml
- Colagenase 0,6 UI/G Pomada 30g G-Bisnaga
- Sonda uretral nº 12
- Tira reagente para glicose (HGT)
- Cânula para traqueostomia 8,5 com balão
- Equipos de dieta enteral e hidratação venosa por bomba de infusão
- Esparadrapo antialérgico 10cm x 4,5m
- Luvas cirúrgicas estéreis tamanho 7,0 e luvas nitrílicas para procedimentos
- Sondas de aspiração traqueal nº 10, 12 e 14
- Sonda uretral nº 10
Além disso, as tradicionais caixas para descarte de material perfurocortante, comuns em todo hospital, estão em falta. Como medida improvisada e preocupante, foi orientado o uso de recipientes de plástico para esse fim, o que representa um risco tanto para os profissionais quanto para a correta gestão dos resíduos hospitalares. Esse cenário de desabastecimento também se reflete no Hospital Giselda Trigueiro, reforçando a falta de planejamento e investimento por parte da Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) e do Governo do Estado.
Como se não bastassem os problemas com os insumos, o Walfredo Gurgel enfrenta dificuldades operacionais com o novo sistema digital de prontuários implantado recentemente. Sem infraestrutura adequada, apenas dois computadores estão disponíveis para uma UTI que atende de dez a doze profissionais. Sem alternativas, para não prejudicar o atendimento, alguns funcionários recorrem aos próprios celulares para registrar e acompanhar o estado dos pacientes, o que não deve se tornar um procedimento comum, pois se o uso do celular é pessoal não deve ser destinado para fins de trabalho.
A situação escancara a precariedade e o descaso com a saúde pública, refletindo a falta de compromisso das autoridades estaduais com a vida e bem-estar da população. Enquanto o governo investe em sistemas modernos, a base necessária para seu funcionamento é negligenciada, colocando em risco tanto pacientes quanto profissionais que já enfrentam condições de trabalho insustentáveis. Não aceitaremos!