Três dias se passaram desde a última denúncia do Sindsaúde/RN falando sobre a superlotação do maior hospital do Rio Grande do Norte, Walfredo Gurgel, e até agora a situação só piora. Nesta terça-feira (29), a unidade amanheceu com quatro das seis salas de cirurgias ocupadas com pacientes que ficaram retidos no local por falta de leitos no hospital. De acordo com as informações atualizadas, no início da noite de hoje (29), ainda restavam duas salas cirúrgicas ocupadas com pacientes do pós-operatório.
Apesar da situação caótica estar sendo amplamente divulgada na imprensa nos últimos dias, até o momento, o Governo do Estado não tomou nenhuma medida a curto prazo para amenizar o problema. Para Rosália Fernandes, Coordenadora do Sindsaúde/RN e servidora do HWG, a superlotação no Walfredo só se agrava e nem mesmo as duas últimas reuniões do Grupo Girassol, que contou com a presença da SESAP e discutiu alternativas para apaziguar a superlotação, foram suficientes para resolver o problema.
De acordo com as informações obtidas pelo sindicato no início da noite de hoje (29), ao todo são 21 pacientes no RPA (Recuperação Pós-Anestésica), 72 em macas no corredor do Pronto Socorro, 18 pacientes no Politrauma e apenas quatro salas de cirurgias funcionando. Tudo isso, enquanto o hospital está com apenas 1 tomógrafo funcionando, que foi consertado hoje, e o outro com previsão de concerto apenas nos próximos dias, pois está dependendo de uma peça que vem de fora do Brasil, segundo informações da SESAP.
O CAOS É CRÔNICO:
Para nós do Sindsaúde/RN, a superlotação do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel é um problema crônico e que reflete a falta de investimentos na estratégia de regionalização dos serviços de saúde no Rio Grande do Norte. Isso porque, boa parte dos pacientes que chegam ao hospital são oriundos de outros municípios do estado, que não se responsabilizam pela saúde dos seus cidadãos e preferem investir em veículos de emergência para fazer transferências de pacientes, em vez de priorizar o acesso dessas pessoas aos hospitais municipais, que seriam mais logísticos, evitando assim intercorrências ao longo do trajeto e consequentemente a superlotação do maior hospital de traumas do RN.
Esse é o caso, por exemplo, do Município de Natal governado atualmente pelo prefeito Álvaro Dias (REPUBLICANOS), que fechou do único Hospital Municipal de Natal e o Hospital Pediátrico Nivaldo Júnior, e não absorve sequer procedimentos ortopédicos simples, encaminhado grande parte dos seus pacientes para o Walfredo Gurgel. É preciso responsabilizar esses gestores, e cobrar providências imediatas para que esse tipo de procedimento não se perpetue, pois além da superlotação também geram sobrecarga de trabalho nos servidores da saúde estadual.