Na manhã desta sexta-feira (30) e debaixo de muita chuva, os servidores da saúde, em greve há 1 mês, participaram do Dia Nacional de Greves e Paralisações, convocado por centrais sindicais de todo o país, entre elas a CSP-Conlutas, que representa o Sindsaúde-RN.
O dia foi marcado por uma grande passeata que mobilizou cerca de mil trabalhadores na região central de Natal. A concentração teve início na Praça Gentil Ferreira, no Alecrim, e seguiu pela Avenida Rio Branco. Em seguida, os manifestantes encerraram a atividade em frente à Assembleia Legislativa e à prefeitura, após as falas de lideranças sindicais e de movimentos sociais.
Os servidores da saúde não se deixaram intimidar pela forte chuva e compareceram em peso à caminhada, vestidos com os coletes da greve e gritando palavras de ordem pedindo a saída da governadora Rosalba Ciarlini. A categoria foi bastante lembrada pelo exemplo de mobilização, luta e resistência que vem demonstrando durante toda a greve.
“Sem dúvida essa é uma das maiores greves já vistas neste estado. Há mais de uma semana esses trabalhadores guerreiros estão acampados em frente à casa da governadora e a cada dia ganham mais apoio da população”, afirmou Paulo Martins, diretor do Sindsaúde-RN.
A manifestação de hoje é continuidade dos protestos de junho e foi convocada após a paralisação nacional do dia 11 de julho. Na pauta de reivindicações, estão a exigência de mais investimentos em saúde e educação, melhorias no transporte, aumento das aposentadorias; redução da jornada de trabalho; fim dos leilões do petróleo e a reforma agrária.
Pela CSP-Conlutas, falou o professor Dário Barbosa, que destacou a importância das greves que estão ocorrendo no estado e a luta pelo Fora Rosalba. "Mas não podemos nos limitar aos governos estaduais. Nossa luta é continuidade das jornadas de junho, dos trabalhadores e da juventude. Nossa luta é contra a política econômica do governo Dilma, que entrega metade do dinheiro do país para a dívida. Por isso, devemos continuar nas ruas", afirmou. Dário defendeu a realização de uma greve geral no país. "Chamo a CUT, em particular, a construir esse greve geral, para mudar o país", convocou.
As centrais também protestam contra o Projeto de Lei 4330, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que amplia a terceirização no serviço público. Se aprovado, o projeto permitiria a terceirização nas chamadas “atividades-fim”, abrindo espaço para a contratação de professores, enfermeiros e bancários como mão de obra terceirizada. O projeto irá a discussão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal, nos dias 3 e 4 de setembro.
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