Os servidores da saúde de Natal farão uma paralisação de advertência nesta sexta-feira, 30 de agosto. Eles exigem reajuste salarial de 27,08%, revisão do Plano de Cargos e condições de trabalho. Os servidores se reunirão em assembleia às 08h, na sede do Sindsaúde, e depois participam da passeata unificada, convocada pela CSP-Conlutas e demais centrais sindicais, até a Assembleia Legislativa.
Na assembleia, os servidores irão discutir o indicativo de greve e avaliar a audiência com o prefeito Carlos Eduardo, ocorrida na manhã desta quinta-feira, 29. O prefeito e os secretários de Planejamento e de Administração receberam os sindicatos que fazem parte da Mesa Municipal de Negociação Permanente do SUS (MMNPS): o Sindsaúde-RN, o Sinsenat e o Sindas. Na reunião, os sindicatos reapresentaram suas pautas de reivindicação, que têm em comum a atualização das leis 118 e 120/2010, referentes ao Plano de Cargos e Salários.
O prefeito Carlos Eduardo destacou o baixo investimento na saúde. “Ter 3,5% do PIB de investimento na saúde é uma iniqüidade", afirmou, em crítica ao governo federal. Ele reconheceu a legitimidade das reivindicações dos servidores. “Se eu fosse da saúde, estaria no mesmo lugar em que vocês estão”. O prefeito se comprometeu a dar a resposta oficial sobre as reivindicações no dia 13 de setembro, quando haverá nova audiência. E afirmou desconhecer a falta de integralidade na aposentadoria, que faz com que o servidor atualmente tenha o salário reduzido pela metade ao se aposentar.
Para Célia Dantas, diretora do Sindsaúde, "a calamidade pública decretada na saúde tem outro lado, do qual pouco se fala, que é a situação dos servidores. Estamos há mais de dois anos sem reajuste, e, com a falta de condições de trabalho, a categoria está adoecendo", afirmou.
Para o Sindsaúde, a negociação na Mesa Permanente tem ocorrido de forma lenta e insatisfatória. "Não conseguimos nem sequer discutir a pauta completa, apresentada há quatro meses", afirmou Simone Dutra, coordenadora-geral do Sindsaúde. “Temos pressa, por isso se discute a greve, como ocorreu no estado”, afirma.
O único avanço até agora através da Mesa foi a isonomia entre os assistentes e técnicos da saúde. A situação pode ser corrigida através de um Projeto de Lei, resultado das discussões na Mesa, e que está para votação na Câmara dos Vereadores em regime de urgência e que pode ser votado ainda hoje.
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