O 5º Congresso da CSP-Conlutas realizado entre os dias 7 e 10 de setembro, em São Paulo/SP, apontou a necessidade de fortalecer a independência de classe frente ao governo Lula/Alckmin, para lutar contra o arcabouço fiscal, a reforma tributária, o marco temporal e outros ataques, bem como pela revogação integral das reformas trabalhista e da Previdência. Além disso, o Congresso apontou a necessidade da luta internacionalista e a solidariedade entre os irmãos de classe como é o caso dos trabalhadores ucranianos que estão enfrentando uma forte repressão a mando do governo de Putin.
Foram quatro dias de muitas atividades, debates, discussões e troca de experiências de lutadores e lutadoras do Brasil e do Mundo. Ao todo, o evento reuniu mais de 1.600 pessoas, dentre elas, 949 delegados (as), 369 observadores e 45 da delegação internacional. A delegação internacional foi representada por 16 países (Ucrania, Palestina, França, Reino Unido, Polônia, Estado Espanhol, Catalunya, Itália, Estados Unidos, Togo, Angola, Botswana, Argentina, Chile, Equador e Brasil).
A delegação do Rio Grande do Norte foi uma das maiores, levando 90 pessoas, sendo 50 só de trabalhadores da saúde. Com plaquinhas em defesa do SUS 100% estatal e saúde não é mercadoria, a nossa delegação deu um show de participação no plenário e nos grupos de discussão ao longo de todo o Congresso.
Destacamos a presença importantíssima dos movimentos quilombolas, indígenas e camponeses. Durante o Congresso, foi aprovado por aclamação a organização dos trabalhadores para as lutas contra o marco temporal, pela reforma agrária e em defesa do meio ambiente.
O primeiro dia do Congresso teve parte dedicada à apresentação de teses e propostas de resoluções, que foram debatidas e votadas pelos delegados/as até domingo (10). No segundo dia, o debate sobre Conjuntura Nacional, Internacional e Planos de Lutas dominou a programação, com destaque no Painel sobre a solidariedade à Resistência ucraniana. O terceiro dia foi dedicado à votação das propostas de resoluções e o último dia foi o momento de eleger a nova secretaria executiva da CSP-Conlutas.
Destacamos também a importância dos setoriais de diversas categorias e setores de combate à opressão. A nossa delegação participou do setorial da saúde que reuniu diversos trabalhadores e trabalhadoras de diversas cidades do Brasil. O setorial discutiu vários pontos que atingem a categoria da saúde e também aprovou planos de lutas em defesa da saúde pública e contra a política de privatização dos governos. No entanto, o Piso Nacional da Enfermagem foi o tema mais discutido no setorial da saúde. Além de aprovar pautas específicas da saúde, o setorial apresentou moções de repúdio para serem aprovadas e lidas no plenário. Uma delas foi a moção de repúdio contra o governo Fátima Bezerra (PT) que criminalizou a greve da saúde e quer proibir que a categoria realiza greve.
Para Rosália Fernandes, coordenadora do Sindsaúde/RN, o 5º Congresso Nacional da CSP-Conlutas é uma grande vitória. O congresso mostrou que a CSP-Conlutas está mais viva do que nunca e é uma ferramenta de luta, classista e independente dos governos e patrões. Mas, além disso, vimos a disposição de luta de trabalhadores e trabalhadoras, movimentos populares e estudantis”, enfatizou Rosália.
O Congresso também foi um marco importante na defesa da vida e de termos atravessado uma crise sanitária mundial. “Uma vitória maior ainda é de termos sobrevivido a uma grande catástrofe que foi a crise sanitária que acometeu vários companheiros e companheiras que estavam no congresso passado e que não puderam estar aqui hoje porque tiveram suas vidas arrancadas pela Covid”, finalizou Rosália.