A manhã desta segunda-feira (3) marcou o início da greve dos profissionais na enfermagem do Rio Grande do Norte, aprovada na última assembleia geral do dia 27 de junho. No entanto, mesmo antes de se iniciar, o Sindsaúde/RN e Sindern, sindicatos responsáveis por conduzir o movimento, foram surpreendidos por uma decisão judicial a partir de uma ação, proposta pela governadoria, que exigiu a suspensão imediata da greve, sob pena de multa de R$ 10.000,00 por dia para as entidades sindicais, além de faltas e descontos salariais para os (as) trabalhadores (as).
A decisão foi recebida de forma oficial, pelo Sindsaúde/RN, às 09h15 da segunda-feira (3), quando a categoria já estava mobilizada em frente ao Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. Diante do novo cenário, os trabalhadores e trabalhadoras realizaram uma caminhada até a governadoria, onde se seguiu uma assembleia para definir os rumos da luta. Após a exposição dos riscos, prós e contras, feita pela assessoria jurídica do Sindsaúde/RN, a categoria optou, dentre duas opções apresentadas, pela proposta de suspensão temporária da greve, até, pelo menos, a próxima Assembleia geral da saúde na quinta-feira (6) que terá indicativo de greve, não só para enfermagem, mas também para todo restante da categoria. Isso porque a pauta dessa nova Assembleia contempla não só o Piso da Enfermagem, mas também a reposição salarial e demais pendências que o governo se comprometeu de atender na Mesa SUS de junho e não o fez.
Durante o andamento da Assembleia, membros do gabinete civil e da PGE receberam uma comissão formada por alguns dos representantes das entidades sindicais, assessores jurídicos e membros da base. A reunião serviu para que a gestão informasse que a governadora "não tinha conhecimento" da medida judicial que pede a suspensão da greve, argumento esse que não faz o menor sentido, visto que uma decisão de tamanha importância deveria passar pela gestora. “A governadora que é ex-sindicalista e do partido dos trabalhadores parece que esqueceu de onde veio e resolveu ir contra as lutas e os direitos dos trabalhadores”, enfatizou Rosália Fernandes, Coordenadora do Sindsaúde/RN.
Na ocasião, foi pedido aos sindicatos, também, um prazo de 60 dias, sem manifestações, para que fossem apresentados novos encaminhamentos quanto ao andamento da implantação do piso da enfermagem. O prazo não foi acatado pela categoria, nem pelas entidades sindicais. A proposta aprovada pela categoria foi o prazo seja de 30 dias.
Lembrando que o (a) trabalhador (a) brasileiro é assegurado pela Lei 7.783/89 ao direito à greve, a atitude da governadora Fátima Bezerra (PT), que um dia já foi sindicalista, é de brutal ataque aos trabalhadores e trabalhadoras da enfermagem que só desejam garantir o que é básico. Considerar uma greve como essa, mais do que justa, abusiva é uma atitude ditatorial, é completamente descabido. Mas, a luta não vai cessar! Com prudência e segurança, dia 6/07 (quinta-feira) a enfermagem poderá se reunir em Assembleia, junto aos demais trabalhadores e trabalhadoras da saúde, para deliberar novos caminhos rumo à conquista do piso salarial. A hora não é de desanimar, mas de unir forças. Avante!