Nesse final de semana, recebemos a notícia de mais uma prática abusiva da gestão do prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos). Diversos profissionais relataram que estão sendo coagidos e remanejados a base de assédio, ameaças de devolução e quebra de contratos para outras unidades, após assumirem seus plantões. Isso aconteceu com técnicos de enfermagem da Maternidade Araken Irerê Pinto e do Hospital Pediátrico Nivaldo Júnior. Segundo um dos relatos, uma técnica de enfermagem estava de plantão de 24h na maternidade Araken e foi surpreendida pela coordenação de enfermagem, às 21h da noite, que seria remanejada para o hospital dos Pescadores, sem qualquer justificativa.
Para nós do Sindsaúde/RN, essa medida é mais um reflexo do descaso da prefeitura com a saúde de Natal, que não reconhece o déficit de profissionais da enfermagem nas unidades de saúde. Uma das reivindicações da pauta da categoria é a convocação do cadastro de reserva do último concurso para superar a grande sobrecarga de trabalho que os trabalhadores e trabalhadoras da saúde sofrem. Além disso, esses remanejamentos sem planejamento colocam em risco a vida dos profissionais que ficam sem respaldo sobre sua segurança, uma vez que são deslocados de qualquer forma para outras unidades.
“A rede de urgência e emergência de Natal está uma verdadeira bagunça. Esses remanejamentos são arbitrários e nada mais é do que perseguição aos trabalhadores, que inclusive, aderiram à greve da saúde. Esse caos na saúde se agravou com o fechamento do Hospital Municipal, que teve leitos de UTI fechados e não houve ampliação da rede. Não existe sequer um planejamento da gestão. O próprio Hospital dos Pescadores está abandonado às traças e a prefeitura insiste em renovar contratos temporários precarizados ao invés de chamar o cadastro de reserva. É um absurdo!”, declarou Érica Galvão, diretora do Sindsaúde/RN.
O Sindsaúde/RN já protocolou um ofício solicitando reunião com a coordenação de enfermagem, mas até o momento ainda não foi marcada. Na próxima quinta-feira (11), às 16h, haverá uma assembleia local dos trabalhadores e trabalhadoras da Maternidade Araken para discutir os processos de trabalho na unidade. Também haverá uma reunião no mesmo dia pela manhã com os trabalhadores do Hospital Pediátrico Nivaldo Jr.