O Sindsaúde/RN recebeu uma denúncia sobre um caso de agressão envolvendo um profissional da enfermagem da Unidade de Pronto Atendimento da Esperança e um paciente psiquiátrico, no último fim de semana. Segundo o relato, o paciente deu entrada na unidade acompanhado pelo SAMU, por policiais e muito agitado, ofendendo as pessoas em volta, principalmente as mulheres. Em uma das tentativas de seda-lo, o homem-que já havia deferido uma série de ameaças a toda equipe de enfermagem que estava tentando prestar sua assistência- cuspiu no rosto de um (a) dos (as) profissionais presentes, deixando-o muito abalado(a) e assustado(a).
Cabe destacar que ao chegar na unidade, os policiais que o acompanhavam foram embora sob o argumento de que “já haviam feito a revista e não havia nada suspeito com ele”. No entanto, em meio a agitação do paciente, a equipe acabou encontrando uma faca escondida entre seus pertences. Um servidor do SAMU chegou a cortar o dedo na tentativa de retirar a faca do local. O (a) profissional da enfermagem, vítima da violência do paciente, foi afastado(a) de suas atividades na unidade para se acalmar do abalo emocional promovido pelo ocorrido.
“Agressão de paciente psiquiátrico já é algo corriqueiro na UPA Esperança. Isso é reflexo do fluxograma da rede de urgência de Natal e, infelizmente, os (as) profissionais da UPA estão sendo vítimas. Já denunciamos mais de uma vez, mas a direção não intervém, a coordenação alega que não pode fazer nada porque são ordens vindas de cima e, nós da enfermagem, ficamos a mercê da insegurança e violência”, lamenta.
Na unidade, ainda com relação aos pacientes psiquiátricos, existe o relato de mais dois casos: uma servidora que foi agredida também, dessa vez com um tapa do rosto e outra que teve seu carro apedrejado no estacionamento. Esse, portanto, não é um caso isolado, e só comprovam o quanto as UPAS não possuem estrutura para receber pacientes com demandas dessa natureza. Sofrem os servidores e sofre a população que busca atendimento e se depara com cenas tão violentas.
Para Érica Galvão, diretora do Sindsaúde/RN, a superlotação das UPAS é só mais um reflexo do fechamento do Hospital Municipal: “Além da sobrecarga das salas vermelhas que não são salas de UTI, o fechamento dos leitos de UTI ocasionam essa sobrecarga para urgência e emergência intensiva também no que se refere a atendimento psiquiátrico. Isso porque, o Hospital Municipal tinha cerca de seis leitos psiquiátricos que era justamente para onde esses pacientes eram encaminhados após darem entrada nas UPAS. Agora, sem os leitos, eles ficam represados nessas unidades que não possuem estrutura para atendê-los.
O Sindsaúde/RN repudia esse drama que os profissionais da UPA Esperança vivem. Sobrecarregados, violentados e humilhados, esses trabalhadores e trabalhadoras buscam apenas oferecer a melhor assistência possível a todos os(as) usuários (as) que dão entrada na unidade, porém sem segurança e sem estrutura é impossível. A direção do Sindsaúde/RN, inclusive, está programando uma visita na unidade para conversar com os (as) trabalhadores (as), colher mais relatos e exigir melhorias para a unidade. Álvaro Dias (PSDB), até quando vai sustentar essa sua maquiagem de quem se importa com a saúde pública de Natal? A UPA Esperança merece respeito!