As entidades sindicais que compõe a greve unificada da saúde de Natal: Sindsaúde/RN, Soern, Sindern e Sinfarn, vem a público prestar solidariedade à técnica de saúde bucal, Sara Juliana, vítima de um episódio machista protagonizado por um coordenador do Sindicato dos Servidores Municipais de Natal (SINSENAT). A presente moção, aprovada em assembleia da categoria, tem como objetivo repudiar a postura do sindicato que, além de fugir do atual embate com o prefeito Álvaro Dias (PSDB) deixando a categoria da saúde totalmente abandonada, tem apresentado uma postura agressiva com aqueles que, visto o descontentamento com os últimos acontecimentos, buscam se desfiliar da entidade. Segundo os relatos que recebemos, a postura torna-se ainda mais violenta quando falamos de trabalhadoras.
Em uma recente Assembleia do SINSENAT, Sara fez uma fala denunciando que o plano enviado pelo prefeito ao sindicato não contemplava os(as) servidores(as) da saúde, somente aqueles (as) trabalhadores(as) do plano geral. Primeiramente, a trabalhadora teve sua fala contrariada por membros da direção que afirmaram que ela estaria equivocada. Somente quando apresentou a tabela como prova, Sara teve sua fala validada. Não sendo suficiente o primeiro constrangimento, ao fim da Assembleia, o atual coordenador do SINSENAT, Marcone Damasceno, convidou Sara para uma conversa que foi mudando de tom até chegar ao ponto dele começar a gritar e constranger a trabalhadora. Aos gritos, Marcone acusou Sara de incitar uma desfiliação em massa e que a postura dela- que sempre está presente nos atos e atua de forma muito contundente nos movimentos paredistas- enfraquecia a luta sindical. Constrangida, fragilizada e muito assustada, Sara conta que chegou a chorar quando conseguiu assimilar o que de fato tinha acontecido. “Eu nunca imaginei que pudesse ser tão gritada dentro de uma entidade sindical.”. Nenhum dos homens presentes tentou impedir o ocorrido.
Infelizmente, Sara não foi a única vítima dessa postura machista e violenta. A técnica em enfermagem, Soraya Pessoa, já havia denunciado, na Assembleia da Sáude do último dia 2, o constrangimento que sofreu por parte deste mesmo coordenador quando solicitou sua desfiliação. A servidora,que estava acompanhada de algumas outras mulheres, ouviu Marcone ameaçar: “Quero ver você falar na minha cara sobre desfiliação em massa!”. No mesmo instante, Soraya disse que a frase tinha soado como uma ameaça e suas companheiras usaram os seus celulares como forma de registrar qualquer possível investida que partisse dali, uma vez que de fato ficaram todas assustadas. Assim como Sara, Soraya e as demais companheiras, relatam que se sentem acuadas, constrangidas e fragilizadas diante da agressividade do coordenador em questão.
Denunciar um comportamento machista vindo de um dirigente sindical é lamentável e, acima de tudo, revoltante. Independente de opiniões divergentes e discordâncias, um sindicato precisa representar segurança e acolhimento para os membros de sua base e não reduto de violências como é o caso das de gênero relatada nesta moção. Não é a postura contrária de uma filiada que enfraquece a luta sindical, mas sim, a forma com que o sindicato se porta diante das necessidades da categoria. Não nos calaremos diante da postura inaceitável de Marcone Damasceno. Machistas não passarão e o que está errado precisa ser denunciado sim!