Os trabalhadores da UPA Cidade da Esperança são vítimas de uma situação gravíssima de assédio moral. Segundo as denúncias, a atual coordenação da unidade é sem compromisso, educação e flexibilidade. Atualmente, vários trabalhadores foram diagnosticados com Burnout, houve um aumento nas solicitações de transferência e, em paralelo, um aumento estrondoso de atestados médicos por adoecimento e sobrecarga de trabalho. O desgaste provocado pelo cenário levou os trabalhadores a reunirem, em um documento, relatos e provas da violência à qual estão submetidos. “Inúmeras denúncias foram feitas à direção e nada foi feito, resolvemos então, pedir de forma escrita a saída dela”, declara um dos denunciantes.
O documento relata, dentre outras coisas, que as escalas são publicadas próximo do final do mês e com muitos erros e que funcionários costumam receber advertências verbais sem motivos. Além disso, existem funcionários recebendo faltas e descontos salariais de quando estavam de atestado. Segundo os trabalhadores, a coordenadora nunca está disponível para atender de forma remota o servidor, “haja vista que mal pisa na upa, dificultando resolver problemas de forma presencial”. O sentimento na unidade é de opressão, os servidores se sentem desvalorizados e ignorados pela coordenação que deveria zelar pela integridade dos funcionários. Diante da insatisfação geral, para não ouvir os questionamentos e sugestões, a coordenadora optou por sair do grupo de mensagens coletivas da equipe e costuma, inclusive, se vingar dos efetivos atribuindo eles aos setores mais críticos. “Por exemplo, se o profissional efetivo é atribuído por escala nas salas, ele é então remanejado para a classificação ou sala verde que tem mais sobrecarga de trabalho e risco de agressão. Ela escala o profissional nesse setor mais crítico continuamente como forma de punir”, relata uma servidora.
Na UPA já aconteceu, por exemplo, da coordenadora ir buscar o profissional para realizar procedimentos com contato físico ou com falas de cunho psicológico agressivo. “Falam que a gente está depredando dinheiro público, que não estamos dando o nosso melhor como se fossemos profissionais que não tem compromisso com a vida e com o serviço”. Em alguns prints, a coordenadora chega a questionar os atestados médicos dos trabalhadores, debochando da condição de saúde, questionando as doenças e os atestados médicos. “Os profissionais, que muitas vezes já vem de cargas horárias exaustivas, estão sendo completamente ignorados pela coordenação. A gente não pode fazer um remanejamento, não pode fazer uma troca, o nível de cobrança está altíssimo e a coordenadora não consegue se comunicar. Inclusive, ela extinguiu o núcleo de educação permanente, a gente se sente completamente abandonado!” diz mais um trecho do relato.
Relembramos aqui que assédio moral é crime e que trabalhar diante de tanta pressão psicológica é desumano. O Sindsaúde/RN vai acompanhar de perto a apuração dos fatos e o andamento da denúncia na unidade. Exigimos uma posição urgente da direção da unidade e não nos calaremos diante do abandono que enfrentam hoje os trabalhadores da UPA Cidade da Esperança. Trabalhador não é capacho, basta de assédio moral!