Nas últimas semanas, devido ao aumento significativo de casos de Covid-19 e o surto de H3N2, temos denunciado o drama vivido pelos trabalhadores da saúde do Estado e do Município. Mais uma vez, os servidores estão na linha de frente do combate à pandemia e, com isso, também no auge da exploração.
Diante do novo pico de contágio, muitos trabalhadores adoeceram e precisaram ser afastados. Consequentemente, aqueles que restaram nas unidades, enfrentam a sobrecarga e são obrigados a trabalhar, algumas vezes, sem sequer os EPI 'S adequados, como foi o caso da denúncia que fizemos semana passada do Hospital Municipal. Agora, como se já não fosse o suficiente todas essas problemáticas, os trabalhadores tanto do estado quanto do município foram comunicados que não terão direitos às férias. Sim, é isso mesmo que você leu. Trabalhadores exaustos que doaram tudo que tinham, física e psicologicamente, para prestação de serviço durante todo o ano não terão acesso a um dos direitos trabalhistas mais básico e essencial.
Como motivação as secretarias de saúde alegam o aumento dos casos de Covid-19, a partir da variante Ômicron, e do vírus H3N2. Motivação essa que não impediu a realização do Carnatal em dezembro, quando a variante Ômicron já estava em circulação, por exemplo. Também não impediu a volta às aulas, livre comércio e as centenas de festas privadas que aconteceram e seguem acontecendo em Natal e no Rio Grande do Norte. Motivação essa que não impediu o corte da gratificação dos servidores do município e, muito provavelmente, também não vai impedir que as festas privadas de carnaval na capital potiguar deixem claro que sempre foi com o lucro dos mais ricos que o governo municipal e estadual estão preocupados.
É mais fácil suspender as férias dos trabalhadores da saúde e obrigar essas pessoas a trabalharem no limite, passando por cima de suas necessidades biológicas. É mais fácil expor a população doente de todo estado à filas gigantes para realização de teste e atendimento. É mais fácil permitir que as Unidades de Pronto-Atendimento atuem extrapolando seu limite de capacidade, sem o mínimo de estrutura, expondo mais pessoas a mais contaminação. Até quando o poder público vai atuar do jeito mais fácil para eles? Com quem o povo do RN pode contar, se no quesito omissão, Fátima Bezerra e Álvaro Dias agem com a mesma irresponsabilidade?
Os trabalhadores da saúde não são máquinas e não aguentam mais! Esse é um pedido de socorro e um aviso de que não iremos nos calar diante desse descaso e desrespeito.
Autor: Francisca Pires