Desde que a possibilidade de iniciar a imunização de crianças veio à tona, muitas notícias falsas foram criadas e disseminadas pelas redes sociais para assustar os pais. No Brasil, os membros do movimento antivacina têm a seu favor o discurso negacionista do próprio presidente da república, Jair Bolsonaro (Sem Partido) responsável por afirmar, dentre outros absurdos, que as mortes de criança por covid são ‘quase zero’ quando os dados mostram que, só entre 5 e 11 anos, foram 308 mortes desde o começo da pandemia.
A tentativa de boicotar a vacinação infantil se estendeu ao Ministério da Saúde que passou a defender a exigência de prescrição médica para vacinar cada criança. A decisão foi amplamente criticada por sociedades médicas e científicas e acabou perdendo força com o passar do tempo. Os pais terem dúvidas sobre uma vacina nova é natural. No entanto, é preciso usá-las para se informar e não para deixar de proteger seu filho, pois à medida que uma boa parte da população já está vacinada, as infecções vão se concentrar no público que ainda não se vacinou. Nesse sentido, diante do cenário epidemiológico que estamos vivendo, o risco de não ser vacinado é muito mais grave do que qualquer possibilidade de evento raro que decorra da vacinação.
Desmentindo fake news:
“Crianças que tomaram a vacina contra a covid-19 tiveram efeitos colaterais graves”: Todos os estudos têm provado o contrário. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos informou, no fim de dezembro, que os efeitos adversos graves são ‘extremamente raros’ e, só nos EUA, mais de oito milhões de crianças já receberam a vacina da Pfizer e não houveram mortes registradas.
“A vacina ainda está em fase de testes”: O imunizante destinado à imunização de crianças não se trata mais de uma vacina ‘em fase 3’ - ou seja, quando os ensaios clínicos ainda não foram concluídos e os cientistas tentam identificar a eficácia de um imunizante. Agora, a vacina da Pfizer já está na fase chamada de ‘mundo real’, com mais de dez milhões de vacinados só entre os EUA e o Canadá.
“A vacina da Pfizer é capaz de provocar alterações genéticas nas crianças” ou "A vacina não é confiável porque foi feita muito rápido”: Os especialistas explicam que este imunizante usa a tecnologia de RNAm que vem sendo estudada há décadas. A tecnologia induz a célula humana a produzir uma proteína que vai ser reconhecida pelo sistema imunológico e vai produzir anticorpos. Isso não altera nem entra no DNA.
Pais, mães e responsáveis busquem fontes confiáveis de informação e não acreditem em tudo que chega pelas redes sociais. A vacina, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda em dezembro de 2021 após análise técnica criteriosa de dados e estudos clínicos, é segura, eficaz e, acima de tudo, um ato de amor pelos seus filhos. Vacinas salvam vidas de gente grande e de crianças também!
Autor: Francisca Pires