Duas semanas após o anúncio do fim da chamada gratificação Covid, Sindsaúde/RN recebe uma série de denúncias dos trabalhadores do Hospital Municipal de Natal sobre a falta de Equipamentos de Proteção Individual adequados na Unidade. Segundo os relatos, a demanda no Hospital encontra-se em alta, devido ao aumento do número de casos de Coronavírus e Influenza, e os servidores estão trabalhando, além de sobrecarregados, completamente expostos às doenças.
Um dos denunciantes conta que, em uma das enfermarias, vários pacientes estão positivos para Covid e ainda não foram transferidos. Segundo os médicos da unidade, eles já estão registrados no sistema de regulamento, mas não surgem vagas para transferência. Em um dos andares, cinco pacientes que estão positivos acabam tendo contato com outros quinze pacientes sem covid e a alta demanda exige que os profissionais tenham contato com todos esses pacientes, positivos e negativos, ao mesmo tempo, correndo risco de disseminar o vírus. Isso porque não há no Hospital EPI´S adequados, como capotes descartáveis, para todos os servidores.
Ainda segundo as denúncias, quando os servidores recebem as máscaras do tipo N95, por exemplo, precisam usá-las por até cinco plantões. “Estamos a cada dia mais aflitos, pois não recebemos os EPIS adequados. Alguns profissionais já estão afastados por gripe e suspeita de Covid e se continuar do jeito que está, todos nós vamos todos nos contaminar!” desabafa um dos denunciantes. O drama vivido pelos trabalhadores do Hospital Municipal de Natal, infelizmente, não é uma novidade. No início da pandemia em 2020, o Sindsaúde/RN participou de reuniões de mediação com o Ministério Público do trabalho e a prefeitura de Natal, que exigia a distribuição dos EPI’S necessários ao exercício do trabalho de quem está na linha de frente e agora, considerando o aumento no número de casos, não será diferente.
Não há como deter o Coronavírus sem proteger os trabalhadores da saúde! Exigimos um posicionamento da Prefeitura de Natal e a distribuição imediata de equipamentos de proteção para os trabalhadores do Hospital Municipal. Informamos também que nosso setor jurídico, já ciente do caso, encontra-se apurando as denúncias e elaborando um ofício que será enviado ao Ministério Público. Por fim, nossa orientação aos trabalhadores segue a mesma: conforme preceitua o Código de Ética da Enfermagem, em seu art. 22, bem como as normas de segurança do trabalho, recusem-se a desenvolver atividades profissionais na falta de material ou equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na legislação específica. Não aceitem serem colocados em perigo! Os trabalhadores exigem respeito.