Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmam que dos 135 milhões de profissionais de saúde no mundo, entre 80 mil e 180 mil podem ter morrido de covid-19 no período entre janeiro de 2020 e maio de 2021. Para o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, uma das causas do assustador número foi o processo desigual de acesso às vacinas, sendo que os profissionais de saúde devem ter prioridade na imunização.
Desde que as primeiras vacinas foram aprovadas pela OMS, há mais de dez meses, milhões de profissionais de saúde ainda não foram vacinados. A “denúncia” surge, dirigida aos países e empresas que controlam o fornecimento global de doses, acrescenta o diretor. Nesse sentido, a OMS quer que cada país vacine pelo menos 40% da população até o fim deste ano. Mas o fornecimento insuficiente de vacinas poderá impedir o cumprimento da meta.Tedros Adhanom disse ainda que 82 países estão em risco de não atingir esse índice.
O Sindsaúde/RN acompanhou e ainda acompanha histórias de servidores da saúde que não conseguiram vencer a luta contra o vírus. Dos 67 relatos presentes na nossa página “Memória e Trajetória: Memorial dedicado aos trabalhadores (as) da saúde do RN” muitos deles contam o fato do profissional não ser ainda vacinado ou não ter conseguido resistir até a chegada da segunda dose.
Ainda que a vacinação tenha contribuído drasticamente para a redução no número de mortos, o processo desigual de acesso às vacinas somada à irresponsabilidade do Governo Federal, Estadual e Municipal, foram os responsáveis por tantas perdas para uma doença cuja vacina já existe há um tempo significativo. No Rio Grande do Norte, no Brasil e até no mundo, a saúde é linha de frente em tudo, menos na valorização. Até quando?
Autor: Francisca Pires