Exploração, superlotação e sobrecarga de trabalho. Esse cenário define, assim como tantas outras, a Unidade Ronaldo Machado localizada no Planalto. O Sindsaúde/RN recebeu hoje, 30, mais uma denúncia de servidores que não aguentam mais a pressão e o assédio moral que rodeiam seu dia-a-dia no trabalho.
A denúncia revela que a USF conta hoje apenas com três técnicas de enfermagem, pois a quarta funcionária encontra-se de férias. Sendo assim, uma servidora é a responsável pela sala de curativos, outra atende às demais demandas que surgem e a terceira é, sozinha, responsável pela administração das vacinas o dia inteiro. Todos os dias a unidade lota e a necessidade de atender toda a população que procura o serviço faz com que o horário de almoço e de saída das funcionárias não sejam respeitados.
A administração e gestão da unidade fazem vista grossa. Mais de uma vez foi pedido a eles que haja uma melhor organização da fila de vacinação e que haja também o encerramento da entrada de pessoas, pois, como a USF termina o expediente às 16 é humanamente impossível vacinar uma multidão antes de atingir esse horário. Quando reclamam e reivindicam seus direitos as funcionárias são ameaçadas. “Vamos fazer o memorando para te devolver para o distrito!”, ”Não está dando mais certo, você causa problemas para unidade”, são algumas das frases proferidas pela direção para as funcionárias que, na verdade, deveriam estar sendo colhidas e não assediadas moralmente.
É clara a tentativa da unidade de manter a boa aparência e os bons números da vacinação. Mas qual é o preço? Um trabalho quase escravo, no qual os funcionários trabalham o dia inteiro em pé, realizando o atendimento de uma quantidade abusiva de pacientes que muitas vezes não permite pausas para lanche e idas ao banheiro. Servidores esgotados física e psicologicamente. Trabalhadores desmotivados e desesperados pelo fim da situação. Até quando?
Assim como na UBS Pajuçara, Rosângela Lima e tantas outras, o Sindsaúde/RN seguirá acompanhando de perto as situações abusivas que se escondem por trás dos bons números apresentados pela Secretária Municipal de Saúde e Prefeitura de Natal. Seguiremos denunciando e reivindicando, sobretudo, a convocação dos aprovados do cadastro reserva que é sim uma possível solução para o grande déficit de profissionais da saúde de Natal. E mais, não nos calaremos ou fecharemos os olhos para situações de assédio moral como esta que aqui foi relatada. Os servidores merecem respeito e dignidade!
Autor: Francisca Pires