Essa semana ganhou a mídia a notícia de que o plano de saúde Prevent Senior, responsável por um estudo que testa a eficácia da hidroxicloroquina associada à azitromicina para tratar a Covid-19, ocultou mortes de pacientes “cobaias”. Em agosto, a CPI da Covid recebeu um dossiê elaborado por médicos e ex-médicos da Prevent que aponta a disseminação da cloroquina e outras medicações como resultado de um acordo entre o governo Bolsonaro e a Prevent.
No dossiê, dentre outras coisas, os médicos alegam que eram coagidos pela Prevent a trabalhar sem máscara e a prescrever as medicações do tratamento precoce de forma sistemática. A denúncia é acompanhada por mensagens de Whatsapp de diretores da empresa.Segundo a denúncia, o estudo foi feito em 636 pacientes entre março e abril do ano passado. O resultado teria sido manipulado para que fosse favorável ao uso da cloroquina contra a doença. Dos 636 participantes, apenas 266 fizeram eletrocardiograma, recomendado para pacientes tratados com cloroquina, pelo risco de problemas cardíacos.
Ao todo, nove pessoas morreram durante a pesquisa, mas os autores só mencionaram duas mortes. Dos nove pacientes que morreram, seis estavam no grupo que tomou hidroxicloroquina e azitromicina. Outros dois estavam no grupo que não ingeriu as medicações. Há um paciente cuja tabela não informa se ingeriu ou não a medicação. Uma das pessoas que morreu, um homem de 83 anos, tomou cloroquina e apresentou arritmia cardíaca, que é um dos efeitos colaterais possíveis da medicação. Mas, os absurdos não param por aí, pois, uma das trocas de mensagem de Whatsapp mostra que o diretor da Prevent, Fernando Oikawa, orienta os subordinados a não avisar os pacientes e familiares sobre a medicação. Ou seja, as pessoas não faziam ideia do perigo que corriam.
Tais revelações configuram um crime de proporções imensuráveis. Agora, mais do que nunca, fica comprovado o compromisso de Jair Bolsonaro em promover um genócidio sistemático da população. O Brasil clama por justiça. Queremos Bolsonaro não só fora da presidência, mas também, dentro da cadeia. Esse extermínio precisa ter um fim.
Autor: Francisca Pires