Com o coro de que "nós não vamos nos calar”, mulheres saíram às ruas de Natal, no bairro do Alecrim, na tarde desta quarta-feira (25), para denunciar a violência machista e o feminicídio. Foram nas ruas de um dos bairros mais populosos de Natal que mulheres jovens, trabalhadoras, mães ecoaram o grito de “basta de violência”. A manifestação convocada pelos movimentos feministas de Natal em alusão ao Agosto Lilás escolheu o local em memória de Joice Cilene, 23 anos, que foi brutalmente assassinada pelo ex-companheiro no dia 11 de agosto em uma calçada do bairro.
O protesto iniciou na Praça do Relógio e percorreu as ruas do bairro do Alecrim de forma pacífica. Quando o ato já estava chegando ao fim, um homem insistiu em passar no meio da manifestação, onde havia mulheres fazendo suas últimas falas. Nesse momento, o homem causou tumulto, partindo para cima dos manifestantes e de forma ameaçadora sacou uma arma e apontou para as pessoas que estavam presentes.
“No Brasil uma mulher é assassinada a cada 2 horas simplesmente por ser mulher. Um ato que foi convocado para denunciar a triste realidade das mulheres que enfrentam todos os dias a violência machista e o feminicídio terminar dessa forma é no mínimo lamentável e indignante”, disse Érica Galvão, integrante do Movimento Mulheres em Luta.
Infelizmente, a violência contra as mulheres cresce de forma alarmante. Com a chegada da pandemia todo esse quadro de horror e violência se agravou ainda mais.Segundo a ONU, sete em cada dez mulheres já foram ou serão violentadas em algum momento da vida e uma em cada cinco sofreu violências física ou sexual de seus companheiros nos últimos 12 meses. As mulheres são alvo de diversos tipos de violência, da agressão verbal ao feminicídio, a razão desses crimes é o machismo.
“Nós do Sindsaúde/RN estivemos presente no protesto e nos somamos à luta das mulheres contra todas as formas de violência machista. Não vamos dar nenhum passo atrás e vamos continuar na luta em defesa da vida das mulheres”, enfatizou Mirgues, diretora do Sindsaúde/RN.
Só no primeiro semestre de 2021, o Rio Grande do Norte teve um aumento de 29% nos casos de violência contra as mulheres. O Brasil é o 5º país no ranking da violência de gênero. Para nós do Sindsaúde/RN é urgente que os governos invistam em políticas de combate a violência contra a mulher. “Vivemos em um governo de ultra-direita que não tem feito nada para assegurar a vida das mulheres, pelo contrário, Bolsonaro além de todo o discurso que reforça o machismo e potencializa a violência, vem pondo em prática um verdadeiro desmonte das poucas políticas públicas de enfrentamento à violência que existem”, acrescenta Mirgues.
* O movimento de mulheres conseguiu identificar o homem que ameaçou com uma arma registrou um Boletim de Ocorrência