Ontem (24), a Prefeitura do Natal publicou mais um decreto flexibilizando as normas de distanciamento social com vistas ao enfrentamento à pandemia da covid-19. O afrouxamento das medidas de segurança surgiu no mesmo dia da confirmação dos dois primeiros casos da variante Delta na capital potiguar.
A iniciativa do Prefeito Álvaro Dias (PMDB) prioriza, como de costume, o lucro acima da vida e determina que a aferição de temperatura nos estabelecimentos não é mais obrigatória, amplia o limite de pessoas por mesas em restaurantes, de 14 pessoas e não mais de 8, ao mesmo tempo que diminui a distância entre as mesas, de 1,5 para 1 metro.
E não para por aí. O decreto descabido autoriza, ainda, a expedição de atos administrativos para fins de realização de shows e demais eventos de massa, sociais, recreativos, desportivos e similares (públicos ou privados), inclusive aqueles em espaços públicos. Cabe destacar que, a partir do segundo dia do mês de setembro, serão liberados eventos de massa para até 800 pessoas, com 100% da capacidade, enquanto no dia 16 de setembro acabará totalmente o limite imposto pela pandemia.
Enquanto isso, o Brasil registra 1.050 casos de variante Delta, de acordo com o último Boletim Epidemiológico 76, referente à Semana Epidemiológica 32 (8 a 14 de agosto de 2021). O Rio Grande do Norte, segundo este mesmo documento, ainda não possuía nenhum caso confirmado da variante. Com os dois primeiros casos confirmados, o cenário muda. É possível que os casos não sejam isolados, tampouco os últimos. Mais do que nunca é necessário manter os cuidados sanitários e buscar a vacinação contra a Covid-19, tanto para a primeira como para a segunda dose, uma vez que os estudos mostram a eficácia das vacinas disponíveis no enfrentamento da variante Delta.
Não é a primeira vez que Álvaro Dias ameaça a saúde da população, seu interesse em manter o lucro acima da vida já está mais que claro. No entanto, reforçamos e defendemos a população que siga se protegendo e evitando aglomerações. Não se deixem levar pelas medidas negacionistas do mesmo decreto. Ainda não estamos seguros.
Autor: Francisca Pires