Via: http://cspconlutas.org.br/2021/07/contra-ameacas-de-golpe-e-preciso-aumentar-ainda-mais-a-luta-pelo-fora-bolsonaro-e-mourao-ja-ditadura-nunca-mais/
Quanto mais perdem apoio popular e se veem acuados com as investigações sobre as denúncias de corrupção em seu governo, Bolsonaro e seus ministros militares têm intensificado as ameaças golpistas e contra as liberdades democráticas.
A ameaça feita pelo ministro da Defesa, Braga Neto, revelada pelo jornal O Estado de S.Paulo, nesta quinta-feira (22), é parte dessa ofensiva.
De acordo com a matéria, Braga Neto mandou um emissário avisar ao presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) que não haveria o pleito de 2022 sem a adoção do voto impresso. “A quem interessar, diga que, se não tiver eleição auditável, não terá eleição”, teria afirmado o general golpista no último dia 8 de julho.
No mesmo dia, Bolsonaro repetiu publicamente o conteúdo da mensagem em conversa com apoiadores no Palácio do Alvorada. “Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições”, disse Bolsonaro no ‘cercadinho’.
A divulgação da ameaça teve repercussão imediata e foi rechaçada por vários setores políticos e da sociedade civil. O general negou ter feito tal declaração, mas o jornal manteve a informação obtida junto a fontes do meio político e do Judiciário sob a condição de anonimato.
A fraude do voto impresso
Por diversas vezes, sem apresentar qualquer prova como é sua prática para disseminar fake news, Bolsonaro colocou em dúvida a segurança da urna eletrônica, e defendeu a volta do voto impresso.
Não há qualquer prova de ocorrência de fraude no processo eleitoral brasileiro em razão das urnas eletrônicas, consideradas seguras.
O fato é que o voto impresso é que abre brecha para fraudes e o famoso “voto de cabresto”, comum em regiões dominadas pelo coronelismo e milicianos, diga-se, de passagem, dois setores bem ligados ao bolsonarismo.
Bolsonaro é um defensor público do período da ditadura militar, bem como de torturadores desse período sombrio do país. Se dependesse dele, seu projeto de governo seria uma ditadura para acabar com as liberdades democráticas que foram conquistadas pela luta do povo brasileiro e impor sua política ultraliberal e seus esquemas de corrupção sem resistência.
O governo tem atualmente mais de 6 mil cargos ocupados por militares, uma discrepância em um regime democrático. Sem falar que militares também estão no centro das recentes denúncias de corrupção, bem como forram responsáveis pela atuação temerária do governo na pandemia, como o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello.
Para a CSP-Conlutas, as ofensivas autoritárias do governo de Bolsonaro e Mourão devem ser rechaçadas veementemente por todos os setores e é na luta que esses ataques podem ser barrados, segundo o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes.
“Neste dia 24 vamos às ruas em mais um dia nacional de lutas pelo Fora Bolsonaro e Mourão e levantaremos nossas bandeiras também para afirmar que Ditadura Nunca Mais. Contra essa ofensiva autoritária, assim como contra a política genocida na pandemia, o desemprego, o ataque aos direitos, as privatizações, a reforma administrativa que vai destruir os serviços públicos e demais ataques, precisamos avançar nas mobilizações e construir uma Greve Geral para dar um basta nesse governo já. Esperar 2022 é deixar caminho aberto para aventuras desse governo genocida, corrupto e autoritário”, concluiu.