Para quem se elegeu com um discurso baseado na anticorrupção, Bolsonaro tem mostrado que além de problemas com seu caráter ele também não costuma cumprir sua palavra. Ainda que o presidente siga gritando aos quatro ventos que no seu governo não há corrupção, na última segunda-feira,5, uma reportagem do UOL divulgou uma sequência de áudios atribuídos a Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Jair Bolsonaro (Sem Partido), que indicam o envolvimento direto do presidente da República em esquemas de rachadinha.
No áudio Andrea afirma que o irmão André Siqueira Valle foi demitido do cargo de assessor do então deputado federal Jair Bolsonaro porque se recusou a repassar o valor definido. "O André deu muito problema porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6 mil, ele devolvia R$ 2 mil, R$ 3 mil. Foi um tempão assim, até que o Jair pegou e falou: 'Chega. Pode tirar ele porque ele nunca me devolve o dinheiro certo'", diz Andrea.
Destacamos que André e Andrea são irmãos de Ana Cristina Siqueira Valle, que foi mulher de Jair Bolsonaro e é mãe de Jair Renan Bolsonaro, o "filho 04" do presidente. "Não é pouca coisa que eu sei, não. É muita coisa que eu posso ferrar a vida do Flávio. Posso ferrar a vida do Jair, posso ferrar a vida da [Ana] Cristina. Entendeu? É por isso que eles têm medo aí, e mandam eu ficar quietinha, não sei o que, e tal. Entendeu? É esse negócio aí", completa Andrea em outro áudio.
E o que são rachadinhas?
As chamadas "rachadinhas" consistem na prática ilegal de confisco, por parlamentares, de parte dos salários de assessores de gabinete.
Denúncias envolvendo esse tipo de esquema já não são uma novidade na família Bolsonaro. Quando era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o filho primogênito do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), foi alvo de investigação sobre suposta rachadinha em seu gabinete.
O senador já foi denunciado à Justiça pelo MP do Rio em razão dessas investigações. O caso veio à tona em 2018, quando um relatório do então Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações suspeitas na conta bancária de Fabrício Queiroz, que era assessor de Flávio. Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
Esse não é o primeiro escândalo envolvendo o nome do presidente, inclusive neste período de pandemia , no qual ele está sendo investigado no caso da negociação para a aquisição da vacina Covaxin. A investigação verificará se Bolsonaro cometeu prevaricação e não tomou as medidas cabíveis diante da denúncia de supostas irregularidades no processo de aquisição dessas vacinas.
Cadê o governo zero corrupção, presidente? A mamata não tinha acabado? Não importa se foi antes ou depois da posse, uma vez envolvido em corrupção o político já demonstra sua índole e suas verdadeiras intenções em ser um gestor público.
Basta de corrupção! Bata deste genocidio. O povo brasileiro não aguenta mais a política oportunista e assassina de Jair Bolsonaro. Fora!