Mais uma vez, o Governo do Rio Grande do Norte insiste em implantar, de forma impositiva, o ponto eletrônico nas unidades de saúde do estado. Sem nem mesmo abrir espaço para discussão com a categoria, os gestores dos hospitais estão realizando reuniões virtuais para informar que a implantação do ponto digital está prevista obrigatoriamente para o dia 3 de maio, conforme recomendação do Governo de Fátima Bezerra (PT).
Para nós do Sindsaúde a implantação de um ponto eletrônico neste momento vai penalizar ainda mais a saúde do RN. Pois com a insuficiência de computadores por unidade hospitalar, os servidores serão obrigados a compartilhar o mesmo objeto no mínimo, (2 vezes ao dia), favorecendo o risco de contaminação pelo novo Coronavírus, que já matou mais de 5 mil pessoas no estado. Além do pouco preparo de vários profissionais da saúde que não sabem utilizar computadores ou softwares e podem se prejudicar com a nova ferramenta. Também falta igualdade entre os trabalhadores, já que a regra só é válida para uma parte dos profissionais, uma vez que as cooperativas médicas, por exemplo, serão regidas apenas pelas empresas que as contratam, ferindo completamente o princípio da isonomia entre as categorias.
Ressaltamos que o sindicato não é contra o Estado criar mecanismos de controle de frequência dos seus servidores, mas defendemos que a medida só seja implantada após o controle da pandemia, e desde que obedeça também os critérios legais e justos, como por exemplo:
1- Implantação do Ponto Eletrônico para todos os servidores do estado, sem distinção de secretaria, cargo ou categoria.
2- Emissão de comprovante na chegada e na saída do trabalhador.
3 - Orientação e treinamento prévio de como utilizar o sistema de ponto, além de máquinas (computadores) suficientes por hospital e setor, para não gerar aglomeração nas trocas de turno e de plantão.
O sindicato vai tentar discutir a questão mais uma vez no dia 26 de abril, na reunião virtual da Mesa SUS. “Ninguém vai aceitar essa forma imposta, sem nem mesmo discutir com os trabalhadores, se não negociar a gente vai partir pra luta, é o único jeito!”, afirma o diretor do Sindsaúde/RN, Breno Abbott. Caso o ponto eletrônico seja implantado no dia 3 de maio sem diálogo, o jeito será boicotar a ferramenta. De início, o Ponto Eletrônico não estará ligado a folha de pagamento, ou seja, o Governo não poderá descontar no contracheque dos servidores. A união faz a força! Nenhum direito a menos! A SAÚDE MERECE RESPEITO!