Na manhã desta quinta-feira (07), fomos surpreendidos com a notícia de que um idoso de 91 anos internado com Covid-19 foi estuprado por outro paciente dentro do Hospital Municipal de Campanha na Via Costeira, em Natal, de acordo com a Polícia Militar. O caso foi registrado na noite desta quarta-feira (6).
Segundo a polícia, o agressor é um homem de 37 anos que também está com covid-19. Ainda segundo a polícia, uma avaliação médica teria constatado que o crime foi consumado. O agressor, a vítima e testemunhas foram encaminhados para a Central de Flagrantes da Polícia Civil com apoio do Serviço Móvel de Urgência (Samu). Nesta quinta-feira, 7, o suspeito recebeu voz de prisão e foi encaminhado para a ala de Covid-19 do Hospital Walfredo Gurgel, na Zona Leste da capital, de acordo com agentes da Central de Flagrantes.
O Sindsaúde/RN repudia e lamenta profunamente o estupro sofrido pelo idoso no Hospital de Campanha de Natal. "É uma das mais profundas desumanidades abusar de alguém que não tem mesmo uma condição de reagir e está submetido aos cuidados", declarou Kelly Jane, diretora do Sindsaúde/RN.
A violência ocorrida demonstra a falta de segurança na unidade, um problema recorrente no município de Natal, onde constantemente pacientes e servidores são expostos a todo tipo de violência, entre roubos, assaltos, agressão e, neste caso, estupro. Além disso, existe um grande déficit de profissionais no município, contribuindo com a sobrecarga de trabalho, quando muitas vezes um servidor da saúde fica responsável por dez pacientes em um único plantão. No entanto, o prefeiro Álvaro Dias se nega a convocar os aprovados do último concurso da SMS. Atualmente o hospital de Campanha funciona apenas com contratos temporários, que não dá conta de atender toda a população da capital.
Para nós do Sindsaúde/RN, toda essa situação é reflexo do descaso da prefeitura do Natal com a saúde pública, que desde o início da abertura do Hospital Campanha de Natal, não forneceu um serviço de qualidade, faltando profissionais e equipamentos. Reivindicamos mais segurança no hospital e nas demais unidades de saúde, punição ao agressor e que a prefeitura convoque o cadastro de reserva.