Cerca de nove meses após o início da pandemia, ocasião na qual afirmou que o coronavírus não passava de uma “gripezinha” não tão importante, o presidente tornou a fazer uma fala pública irresponsável e negacionista a respeito da Covid-19. Na última quinta-feira (dia 10), em um evento de lançamento do eixo principal da Nova Ponte do Guaíba, em Porto Alegre (RS), Bolsonaro apresentou quais foram as ações do governo, porque - segundo ele - "ainda estamos vivendo um finzinho de pandemia”.
Ainda em seu discurso, o presidente voltou a defender o tratamento precoce com a hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia comprovada para o combate ao coronavírus, e completou dizendo que "devemos levar tranquilidade à população e não o caos. O que aconteceu no início da pandemia não leva a nada. Lamentamos as mortes profundamente e assim sendo, vamos vencendo obstáculos”. O posicionamento negacionista de Bolsonaro é irresponsável e mentiroso, visto que, nesta mesma semana, o Brasil viveu a terceira semana de aumento no número de óbitos segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
O Sindsaúde RN repudia o comportamento e a ideologia genocida que Bolsonaro e toda a sua trupe pregam no Brasil, e chama o olhar da população para as medidas e o posicionamento do presidente em meio a essa crise de saúde mundial. A aproximação da marca de 180 mil mortes pela doença, os vinte e um estados mais o Distrito Federal apresentando alta na média móvel de mortes e a ocupação de leitos acima das médias nas capitais, demonstram que na realidade a pandemia está muito longe do fim e merece total atenção do governo federal para o seu controle e combate. Precisamos enfrentar as políticas do governo Bolsonaro para assegurar um plano emergencial de vacinação, que garanta a imunização de toda a população no menor tempo possível.
Enquanto alguns países já começaram ou possuem datas para começar a vacinação de sua população, o Brasil segue sem um plano federal de imunização e com claras tentativas, por parte do Governo Federal, de inviabilizar a vacina.Nem mesmo os insumos mais básicos para a vacinação, como seringas, agulhas e algodão, foram encomendados pelo Governo Federal. Ou seja, se por um milagre a vacina fosse viabilizada em curto prazo, não haveria como aplicá-las. Fabricantes de seringas divulgaram que demorariam cerca de sete meses para suprir a demanda para a vacinação, sendo que os testes para as vacinas começaram a ser realizados no país há cinco meses.
Ao mesmo tempo, investe contra a saúde pública como um todo. É simplesmente escandaloso o que o Governo vem fazendo com pacientes de HIV, aids e hepatite pelo SUS, com exames essenciais ao tratamento suspensos desde novembro.
Essa política genocida de Bolsonaro é uma política consciente para inviabilizar a vacina no país. Não faltou logística para economizar dinheiro para distribuir nacionalmente 6 milhões de comprimidos de cloroquina, por exemplo. É vergonhoso e inaceitável que nem tenhamos a vacinação no horizonte, nem que a sua preparação já esteja ocorrendo.
Quanto mais o governo atrasa o processo, mais pessoas morrem nas filas das UTI’s. O Governo Federal deve adquirir as vacinas necessárias e, junto com os governos estaduais e municipais, colocar toda a sua estrutura para a preparação da logística a fim de garantir que, tão logo se conclua a fase de testes, a vacinação em massa possa iniciar.
Parte disso é a garantia de insumos como seringas e agulhas. Da mesma forma, é preciso impedir o desmonte, sucateamento e privatização do SUS, política intensificada pelo governo Bolsonaro. Em defesa do SUS,100% estatal. Nossas vidas importam. Fora Bolsonaro e Mourão!