No próximo dia 26 de setembro será realizada a plenária LGBT da CSP-Conlutas. O objetivo será de organizar as lutas das LGBTs da classe trabalhadora. A atividade será realizada por meio de live e o link será disponibilizado em breve. Confira o texto de convocação para essa importante ação e participe:
Plenária LGBT da CSP-Conlutas: a necessidade de organizar as LGBTs da classe trabalhadora
O ano 2020 já se encontra em meados do 2º semestre e se revela como instalador da barbárie para a classe trabalhadora. Uma pandemia já prevista assola o planeta, aproximando da casa de um milhão de vítimas em todo o mundo. Consequentemente, a anarquia capitalista impõe seu método avassalador de privilegiar a classe dominante e conduzir os mais pobres à morte, ao desemprego e ao subemprego. Só no Brasil, segundo dados da própria mídia burguesa (O Globo, revista Isto é, por exemplo), 42 bilionários tiveram sua fortuna aumentada em 34 bilhões, com alta escalada em seu patrimônio líquido.
No Brasil, a pandemia da Covid 19 já ultrapassa o número de 130 mil mortos. É desnecessário dizer que o maior número de vítimas se faz entre membros da classe trabalhadora. Como medida para conter a revolta de uma população que se posiciona cada vez mais em situações precárias de trabalho e no desemprego, o governo Bolsonaro cumpre com um auxílio emergencial no valor de R$600,00. Apesar de se auto proclamar como “salvadora” de camadas proles da sociedade em época de calamidade, a equipe do governo já redefiniu o valor da contribuição, que está estabelecido no valor de R$ 300,00 a serem pagos em quatro parcelas até o final de 2020.
É exatamente neste contexto que se faz primordial debater a situação das LGBTs diante de aspectos conjunturais que interseccionam com questões político-sociais. De acordo com pesquisas realizadas recentemente, em abril deste ano, o desemprego atinge 21,6% da população LGBT. Este número corresponde ao dobro quando a pesquisa é reportada ao mês de abril, sendo que 30% desse contingente já se encontrava em situação de desemprego desde 2019, segundo dados da RBA (Rede Brasil Atual) em 07/2020.
As perspectivas para os setores oprimidos da sociedade não são promissoras, diante do avanço do desemprego (hoje, no Brasil, o número de desempregados é superior ao das pessoas que possuem trabalho formal), além de também ter ocorrido um rebaixamento em 15% no salário dos trabalhadores. Medidas que visam atacar ainda mais as relações de trabalho estão sendo implementadas, o que leva à irrupção de greves e mobilizações, em pleno momento em que se faz necessário o isolamento social.
Como já se constatou, trabalhadores LGBTs se encontravam em situação de subemprego antes da crise sanitária. Postos de trabalhos precários como setores de serviços em geral, com salários rebaixados sempre foram destinados aos que fogem do padrão heterossexual imposto por um sistema opressor e LBTfóbico. Na iminência de uma recessão econômica grave, serão os oprimidos lançados a compor um exército de reserva que atenderá à lógica capitalista, quando a esta bem entender. Concomitantemente, bilionários veem suas fortunas alcançarem níveis astronômicos e as LGBTs trabalhadoras estão subjugadas às condições degradantes do desemprego, da fome, da miséria e da prostituição.
Enquanto uma Central Sindical que se compromete com a independência da classe trabalhadora, a CSP-Conlutas compreende que o momento atual traz a necessidade de ampliar o debate em conjunto com as LGBTs trabalhadoras. Além da questão da diminuição dos postos de serviço, empresários oportunistas tendem a disseminar uma ideologia de superação e empoderamento, num planeta cada vez mais atolado em relações de selvageria e exploração. Assim, o chamado a auto-organização das LGBTs da classe trabalhadora é crucial. Os debates serão divididos em três mesas, e a participação de todos e todas é necessária, para, juntos, continuarmos alavancando nossa luta contra o governo Bolsonaro e Mourão.
Dia 26/09 – Plenária LGBT da CSP Conlutas
9h – Conjuntura Nacional e Internacional – Debatedores: Alessandro Furtado (setorial LGBT da CSP Conlutas), Vanessa Valverde (Mulher trans, militante do Partido de los Trabajadores de Costa Rica)
13h30 – LGBTs: Trabalho e desemprego – Debatedores: Alex Figueiredo (setorial LGBT da CSP-Conlutas); Dani Nunes (Mulher Trans, Ativista LGBTI e defensora dos Direitos Humanos)
15h30 – Empoderamento: a saída individual é a solução para as LGBTs? – Debatedoras: Babi Borges (Cientista social e trabalhadora do Metrô de São Paulo) ; Frida Pascio (setorial LGBT da CSP Conlutas)
Via Setorial LGBT da CSP-Conlutas